Cascavel – Um problema que há pouco mais de uma década parecia vencido volta a tirar o sono de quem faz a assistência técnica e a extensão rural. A avaliação é do próprio segmento, que tem se deparado com áreas cada vez maiores com problemas de conservação.
Não por acaso, parte expressiva das perdas registradas nas duas últimas safras (inverno de 2018 e verão 2018/2019) está diretamente associada à má qualidade da terra.
Solos mais degradados têm menos chances de enfrentar períodos mais intensos de estiagem, como ocorreu nos últimos meses de 2018 e que ocasionaram perdas de 43% na produção regional do Núcleo da Seab de Toledo e cerca de 15% no Núcleo de Cascavel. Na safra 2017/2018 foi a chuva quem preocupou o campo. Muitas lavouras, que não possuíam condições adequadas de conservação, sofreram com as enxurradas com mais de 900mm de precipitação em novembro de 2017, quando parte das lavouras precisou ser replantada porque foram varridas do campo.
Pode até não soar bem, mas um dos grandes problemas enfrentados e que levam a essas condições do solo, com erosão, degradação e compactação, além de apostas frequentes no binômio soja-milho sem diversificação com forrageiras, aveia ou trigo que garantem enriquecimento do solo, tem sido a tecnologia. Justo ela que vem para facilitar a vida no campo, otimizar tempo, garantir cada vez mais profissionalismo e precisão.
Segundo o engenheiro agrônomo e presidente da Areac (Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel e região), Daniel Galafassi, o produtor precisa pensar um pouco mais na condição do solo. “Isso é causado pelo plantio sequencial de soja e milho. É preciso diversificar e fazer adubação verde. Dessecação com rotação de cultura e é por isso que realizaremos um evento, em abril, para tratar desse tema”.
O evento será nos dias 25 e 26 do mês que vem e traz como tema o Plantio Direto na Palha – aumentando a fertilidade e a conservação de solos.
“O problema que achávamos que estava quase 100% resolvido voltou a nos preocupar muito. Um dos aspectos está no terraceamento de base larga. Para entrar com as máquinas no campo, que estão cada vez maiores, muitos produtores estão acabando com as bases largas aí vem a erosão. São muitos os problemas de erosão com chuvas cada vez mais concentradas. Essas áreas passam a ter uma série de problemas. Ao se retirar a base larga, facilita-se o trabalho das máquinas, mas acaba com a fertilidade do solo, será preciso mais fertilizante, mais corretivo, ou seja, tudo isso terá mais custo”, explica.
Reportagem : Juliet Manfrin