RIO — Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência e de Aviação Civil, também é um dos alvos da Operação Custo Brasil, um desdobramento da 18ª fase da Lava-Jato, que já rendeu a prisão de Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento, do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e das Comunicações, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Gabas foi conduzido coercitivamente para depor em Brasília.
Apesar de ter ocupado dois ministérios e ser um petista de longa data, o ex-ministro ganhou notoriedade depois que vieram a público seus passeios de moto com a presidente afastada Dilma Rousseff pelas ruas de Brasília.
Gabas é um dos ex-ministros mais próximos de Dilma, que o considera um técnico competente. Ele reconheceu que levou a presidente afastada para passeios matinais e dominicais de moto por Brasília. Gabas tem uma Harley-Davidson, muito confortável segundo o próprio, e está sempre a postos para atender ao chamado de Dilma para dar um rolé de moto pela capital federal.
Ao sair da cerimônia de posse no Ministério da Previdência, em janeiro do ano passado, Gabas disse que sempre estava à disposição de Dilma para os passeios.
— Quem manda é ela (Dilma). Eu gosto muito de andar de moto e ela, também. Se ela convocar, estarei ali para servi-la. Como ela mesmo diz, na garupa de uma moto se tem um olhar bastante diferente de Brasília. É um olhar de liberdade. Minha moto é uma Harley-Davidson e bastante confortável para a presidente andar — disse Carlos Gabas, que afirmou estar à disposição da presidente para novos passeios. — Espero que ela volte a andar e vamos curtir Brasília de moto.
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— Quantas vezes? Quantas ela chamar, estarei aqui.
Gabas é um motoqueiro profissional. Na época da posse, ele contou que tinha viajado em dezembro de 2014 com outros três amigos, rodando 10 mil quilômetros até Santiago, no Chile.
Carlos Gabas é funcionário de carreira da Previdência. Foi secretário-executivo da Pasta por anos e ministro interino. Ele tem 49 anos e é filiado ao PT de São Paulo. A Polícia Federal está fazendo busca e apreensão em endereços do ex-ministro e do jornalista Leonardo Attuch, do site “Brasil 247”. Gabas também é investigado por suposto envolvimento na contratação ilegal e recebimento de propina da Consist, para prestar serviços sobre crédito consignado, no período em que Paulo Bernardo era ministro do Planejamento. Attuch também foi levado coercitivamente para depor, mas em São Paulo.
