RIO Como fazia sempre, seu Jese Mendes da Silva esperava o filho voltar do trabalho na varanda de sua casa, no Morro do Caracol, Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. No início da noite desta segunda-feira, porém, a simples rotina ganhou contornos trágicos: aos 52 anos, o pedreiro morreu após ser atingido na cabeça por uma bala perdida. Momentos antes, conforme o relato de familiares, o homem estava acompanhado de sua mulher, que depois de ouvir o barulho do disparo se deparou com o marido caído no chão. A comunidade onde nasceu e cresceu também foi o local da morte do pedreiro.
Ele estava na varanda de casa com a mulher, esperando o filho mais velho chegar. Eles ouviram barulhos de fogos e somente um de tiro. (Pouco antes disso), ela entrou em casa para pegar alguma coisa. Quando voltou, ele já estava caído e ensanguentado. Foi aquele desespero relatou uma parente da vítima, que pediu para não ser identificada. Não estava havendo confronto.
Na tentativa de salvá-lo, parentes e vizinhos levaram o homem para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. Segundo parentes, a tentativa foi em vão:
Ele já chegou no hospital sem vida disse.
Jesé deixa dois filhos, um de 25 e outro de 23 anos, além da mulher. Familiares contaram que ele era uma pessoa bastante conhecida na comunidade e querido pelos moradores. Com a profissão que criou seus rapazes, Jese também ajudava da forma que podia os vizinhos.
Era trabalhador e muito família. Ajudava até a construir as casas do pessoal da comunidade. Ajudou muita gente e criou bem os filhos. Nunca se envolveu com nada de errado afirmou a parente.
Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Chatuba, policiais ouviram um barulho de disparo de arma de fogo, por volta das 19h, vindo do alto do Morro do Caracol. Os PMs foram até o local e de depararam com moradores lavando uma calçada. Eles relataram que um homem havia sido baleado e levado para o Getúlio Vargas.
O caso está sob a investigação da Delegacia de Homicídios da capital (DH), contaram os parentes. Abalados com a perda, eles esperam por justiça:
A mãe e os filhos estão desolados. Era um rapaz trabalhador. Ele foi vítima de bala perdida e não merecia isso. Queremos justiça e um pouco de paz desabafou.