Cotidiano

Youssef pode deixar a cadeia em 17 de novembro

SÃO PAULO. O juiz Sérgio Moro determinou que o doleiro Alberto Youssef cumpra prisão domiciliar a partir de 17 de novembro, estabelecendo algumas regras para isso. Youssef completa na data dois anos e oito meses de prisão na Operação Lava-Jato. Ele deve deixar a Carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

Moro, em despacho divulgado na noite de quinta-feira, explicou que o acordo de colaboração que Youssef fechou com o Ministério Público Federal previa que ele cumprisse pelo menos três anos de prisão em regime fechado. No entanto, o acordo foi revisto e homologado novamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na nova versão, o doleiro poderia cumprir os últimos quatro meses em prisão domiciliar.

Moro determinou que Youssef use uma tornozeleira nesses quatro meses. O juiz considera que não será necessária escolta para garantir que o doleiro permaneça em casa, pois ele estará usando o equipamento eletrônico.

?Considerando que Alberto Youssef já terá cumprido a maior parte da pena fixada em regime fechado, parece improvável que intente fuga nos quatro meses remanescentes em prisão domiciliar. Além disso, há custos com escolta que dificultariam a sua realização?, disse o juiz.

Moro também autorizou que Youssef tenha um celular à disposição, ?em virtude da condição de cardiopata grave?. o entanto, ele só poderá usar o aparelho para ligações de emergência e para pessoas previamente liberadas para visitá-lo em casa. O aparelho poderá ser grampeado, para o monitoramento do doleiro.

As visitas serão restritas aos advogados, familiares, filha e esposa. Ele só poderá receber essas pessoas entre 8h e 12h, segundo o juiz, que também autorizou que Youssef possa sair do apartamento para ir até a academia do condomínio, para realizar sessões de fisioterapia.

O acordo de delação de Youssef prevê ainda que, após o cumprimento dos três anos de prisão (dois anos e oito meses na cadeia e quatro meses em casa), Youssef seja transferido imediatamente para o regime aberto, ou seja, estará livre para ir e vir aonde quiser. A única restrição é que ele fica impedido de cometer novos crimes num prazo de 10 anos, sob o risco de ter que responder integralmente aos processos que foram abertos contra ele.

Embora tenha feito o acordo de delação premiada, Youssef foi condenado em nove processos, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A delação amenizou suas penas.