BELO HORIZOTE ? O candidato do PHS à prefeitura de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, informou na noite de ontem, durante debate contra o opositor João Leite (PSDB), que os R$ 2,2 milhões que doou do seu bolso para sua própria campanha vem da venda de um apartamento para seus parentes. O imóvel fica no bairro Lourdes, região nobre da cidade. Numa cópia do instrumento particular de promessa de compra e venda desse imóvel, que postou neste sábado nas suas redes sociais, Kalil informa que os três compradores são um médico, um advogado e um empresário, ocupações de três filhos seus. O GLOBO perguntou à assessoria de Kalil se os compradores apontados no documento são os filhos do candidato, mas ainda não obteve resposta.
? Fiz uma venda e vendi um apartamento. Claro que tenho gente da família que pode comprar e quer me ajudar. Não tem segredo as minhas coisas. Tudo que tenho saiu do meu bolso, não do bolso do contribuinte ? respondeu Kalil a um questionamento de João Leite durante o debate.
No documento, o valor do negócio aparece como R$ 2,2 milhões, numa transação que aconteceu rápida. Na relação de bens que entregou à Justiça Eleitoral, Kalil informa ser proprietário de apenas 37,5% desse imóvel.
A campanha de João Leite pediu que o Ministério Público Eleitoral investigue essa doação de Kalil para sua campanha. Os tucanos argumentam que se Kalil apresentou à Justiça Eleitoral bens totais no valor de R$ 2,7 miilhões qual seria a origem dessa doação. “Consideradas as circunstâncias de retração econômica do país, com grande impacto no mercado imobiliário, bem como a atual restrição de crédito, não se pode deixar de cogitar que a obtenção de tais recursos tenha se dado de forma ilícita? – afirma a campanha tucana em nota.
“A disponibilidade da elevada quantia doada pelo candidato Kalil à sua própria campanha pode ter sido obtida por meios lícitos, tais como empréstimos junto a instituições bancárias e venda de patrimônio. Mas a real situação acerca do fato precisa ser elucidada”, completa a nota.