Cotidiano

Coreia do Norte executa mais dois oficiais do alto escalão, diz jornal

201608292306219813_RTS.jpgSEUL ? A Coreia do Norte executou dois funcionários do alto escalão do governo em público no início de agosto, informou um jornal da Coreia do Sul nesta terça-feira. Se os casos forem confirmados, seriam os mais recentes de uma série de execuções sob o comando do líder Kim Jong-un. Um dos oficiais, um funcionário veterano do Ministério da Educação, teria cochilado durante uma reunião com o governante.

De acordo com o jornal ?JoongAng Ilbo?, uma fonte próxima ao regime norte-coreano afirma que ambos os funcionários foram executados com armas antiaéreas em um centro militar em Pyongyang, capital do país. Hwang Min, ministro da Agricultura em 2012 e vice-ministro do mesmo departamento em 2014, teria propostas de políticas que foram vistas como um desafio a Kim Jong-un. A execução do funcionário da Educação Ri Yong-jin seria por desrespeito ao líder e corrupção.

A reportagem não foi verificada de forma independente, e o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que lida com assuntos relacionados à Coreia do Norte, não comentou a suspeita. As mortes não foram anunciados formalmente pela KCNA, agência de notícias oficial do país, que não costuma fazer anúncios dessa natureza. No entanto, a mídia estatal confirmou a execução do tio de Kim, Jang Song Thaek, morto em 2012 por partidarismo e crimes contra a economia.

O governo de Kim tem sido marcado por denúncias de expurgos de autoridades altamente graduadas. Entre elas, o ex-ministro da Defesa Hyun Yong Chol, que teria sido executado no ano passado por traição, de acordo com a agência de espionagem de Seul. O vice-premier da Coreia do Norte, Choe Yong Gon, também teria sido fuzilado após mostrar descontentamento com as políticas do governante. Em julho desse ano, porém, o reaparecimento de um comandante tido como morto colocou a inteligência sul-coreana em xeque.

A reportagem sobre as supostas novas execuções vem à tona pouco depois de Seul comunicar que o vice-embaixador norte-coreano em Londres, Thae Yong Ho, fugiu para a Coreia do Sul com sua família. Para o jornal ?JoongAng Ilbo?, as mortes teriam o objetivo de causar medo e prevenir novas deserções de membros da elite do país.