SÃO PAULO – O Itaú Unibanco oficializou nesta quarta-feira a troca de seu comando. Sai Roberto Setúbal e entra Candido Botelho Bracher, atual presidente do Itaú BBA. Setúbal, no cargo desde 1994 e que completou 62 anos em outubro, fica até o mês de abril. A data da substituição havia sido anunciada por ele, durante encontro com jornalistas em outubro de 2015.
O anúncio foi feito na sede do Itaú, em São Paulo, por Pedro Moreira Salles, presidente do Conselho de Admnistração do banco, e por Setubal.
A gestão eficiente de Setúbal já havia feito o banco alterar seu estatuto uma vez para permitir que ele ficasse como presidente por mais dois anos – pelas regras anteriores, o CEO deveria se aposentar compulsoriamente com 60 anos, que no caso dele foram completos em 2015.
Nos mais de 20 anos sob a batuta de Setúbal, o Itaú deixou de ser um banco paulista para tornar-se um conglomerado internacional, com operação em 18 países. Setúbal incorporou o BBA, fez a fusão com o Unibanco e comprou importantes bancos estaduais. Com os negócios, o Itaú alcançou a posição de maior banco privado da América Latina.
A transição na direção do banco começou há alguns anos, com a reestruturação de áreas e a nomeação de novos executivos para cargos estratégicos, possibilitando uma mudança suave no banco, presidido por Setubal desde 1994. Ele é membro de uma das famílias controladoras do Itaú Unibanco – as outras duas famílias incluem os Villela e os Moreira Salles.
A reformulação do comando do Itaú ocorreu enquanto o banco atravessava um período de rentabilidade recorde e passava por uma profunda transformação operacional. Desde 2013, o Itaú passou a evitar o crescimento rápido e, no lugar disso, escolheu crescer com prudência, focando crédito de menor risco, aumento das receitas de serviços e redução de despesas.
Bracher, de 58 anos, é filho de Fernão Bracher, o fundador do BBA. Ele é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas e assumiu o comando do BBA depois que o banco já havia sido comprado pelo Itaú. Em outubro do ano passado, na nova configuração do Itaú que já preparava a sucessão, foi colocado para cuidar do Corporate, de gestão de fortunas e da internacionalização do Itaú.