Curitiba – Dois integrantes de uma organização criminosa suspeita de causar um prejuízo de R$ 55 milhões aos cofres públicos do Paraná e da União foram presos ontem durante a Operação Cereais, deflagrada pelo Diep (Departamento de Inteligência do Estado do Paraná), com apoio das polícias Civil e Militar. Cinco estão foragidos.
Eles usavam o nome de laranjas para abrir empresas e movimentar recursos, sem pagar tributos. A investigação iniciou em julho após uma vítima procurar a polícia e alegar que a quadrilha teria usado seus documentos para abrir uma empresa de comércio de cereais. Em pouco tempo, a empresa começou a acumular dívidas tributárias.
De acordo com o levantamento feito junto às Receitas Estadual e Federal, a dívida da empresa, chamada Pampas, era superior a R$ 8 milhões. Dois contadores que faziam parte da quadrilha foram presos em Ponta Grossa. Eles eram responsáveis pela documentação que criava as falsas empresas.
Durante a investigação, o Diep descobriu que a Pampas era apenas uma das empresas abertas de forma ilegal. Descobrimos que a quadrilha era especializada neste tipo de golpe e já teria provocado um prejuízo de R$ 44,2 milhões à Receita Estadual e de R$ 11 milhões à Receita Federal, explicou o delegado Renan Lopes Ferreira
Ferreira suspeita que existem mais vítimas da quadrilha. Apreendemos na casa de um dos investigados dezenas de talões de cheques em nome de empresas, além de farta documentação. Nossa investigação tentará identificar novas empresas abertas de forma ilegal pela quadrilha, completou o delegado.
Em uma casa na cidade de Siqueira Campos, os policiais apreenderam 15 veículos, alguns deles de luxo, e outros de uma coleção de carros antigos, além de cerca de R$ 100 mil em dinheiro, mais de U$S 400, muitas joias e diversos documentos. A casa pertence a um suspeito que era alvo da operação, mas ele não foi encontrado.