Muitas mulheres sonham em ter um bebê, mas se preocupam com a silhueta pós-parto. É natural que sobre pele e um pouco de gordura na região abdominal. Porém, isso pode ser solucionado através de uma cirurgia chamada miniabdominoplastia. “Diferente da abdominoplastia usual, essa modalidade é recomendada para casos de pequena flacidez. Nela, é realizada uma incisão menor na altura da cicatriz da cesárea, sem que haja mudança ao redor do umbigo – que fica intacto após a cirurgia. Outro benefício é que a cirurgia possibilita a reparação da cicatriz da cesárea, que algumas vezes pode desagradar a paciente”, explica Beatriz Lassance, cirurgiã plástica e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Tanto a miniabdominoplastia quanto a abdominoplastia são, muitas vezes, feitas em combinação com a lipoaspiração. Segundo a cirurgiã plástica, existem condições que possibilitam essa associação e outras que inviabilizam. “Se a paciente estiver muito fora do peso, a lipoaspiração, além de não ser eficaz, aumenta o risco da cirurgia. Porém, quando há acumulo de gordura na linha da cintura, a complementação com a lipoaspiração ajuda a melhorar a forma do corpo e não apresenta riscos”.
Muito se fala sobre o uso da cinta após o parto a fim de recuperar a forma do abdômen, mas, segundo Beatriz, não há consenso sobre a eficácia da prática. “Durante nove meses há aumento de massa abdominal, compressão de órgãos e afastamento da musculatura. Com o parto, essas estruturas ficam soltas. Assim, a cinta ajuda, como se fosse uma parede abdominal mais resistente, dando apoio a essas estruturas. Apesar de não haver consenso sobre o retorno da musculatura e a diminuição da diástase dos retos abdominais, existe o consenso entre as mulheres de que a cinta melhora a dor. Porém, não há a necessidade de muita compressão, pois cintas muito apertadas podem dificultar a capacidade respiratória e até vascular, podendo aumentar a incidência de trombose nas pernas”, destaca.
Quanto ao pós-operatório, por ser uma cirurgia de grande porte, alguns cuidados são necessários, como não fazer esforço que utilize os músculos do abdômen por pelo menos 30 dias. “Devido ao repouso prolongado, durante a internação é recomendável utilizar meias elásticas e equipamentos que massageiam as pernas, para eliminar o risco de trombose. Após a alta, apenas caminhadas leves dentro de casa. Para exercícios mais pesados, como corrida, ioga, pilates, a recomendação é aguardar, no mínimo, dois meses. A exposição ao sol deve ser evitada por três meses, pelo menos, para evitar prejuízo à circulação e manchas no local”, complementa.