Política

PT corre para o interior para convencer eleitores

Cascavel – Nas raízes da ideologia do grupo partidário, a advogada Mirian Gonçalves, 57, aparece no cenário conturbado da política nacional como pré-candidata ao Senado pelo PT no Paraná – vaga que será deixada pela presidente nacional da sigla, a senadora Gleisi Hoffmann, pré-candidata a deputada federal. Mirian esteve fim de semana em Cascavel, no lançamento do primeiro Comitê Pró-Lula do interior do Paraná, que fica na Rua Cuiabá, 1.643, Bairro Parque São Paulo.

A pré-candidata tem em seu histórico político a criação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e participação na gestão de Gustavo Fruet (PSDB) na Prefeitura de Curitiba, como vice-prefeita.

Com críticas pesadas à Operação Lava Jato e ao governo de Michel Temer (MDB), a advogada tem à frente o objetivo maior de todo o partido: a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 6 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba, por corrupção e lavagem de dinheiro. “Não temos Plano B: temos Plano L [referência ao ex-presidente Lula]. Ele será nosso candidato à Presidência sem dúvida alguma”.

Mesmo após a absolvição de Gleisi no STF (Supremo Tribunal Federal), Mirian assegura que a estratégia petista se mantém. A ideia é fazer com que Gleisi tenha elevado número de votos e com isso eleja mais deputados ligados ao PT. “Pretendemos aumentar a bancada federal”.

As críticas em todo o País ao PT, pós-impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula, não preocupam a pré-candidata. “Apesar de todos os ataques, o PT se mantém como o partido de maior representatividade: quem é o pré-candidato pelo PMDB à Presidência? E ao governo do Estado?”. Para o Paraná, o deputado estadual Dr. Rosinha apresenta-se como pré-candidato a governador.

Interior

Embora sua atuação maior tenha sido em Curitiba, a advogada diz ter conhecimento das necessidades de todo o Estado obtido ao atuar na formação de sindicatos: na época da construção da Itaipu Binacional, Mirian representou os mais de 8 mil trabalhadores da hidrelétrica.

 

Ruralistas são “um tanto quanto ingratos”

Diante do “fenômeno Bolsonaro”, pré-candidato à Presidência, a advogada acredita que ele não será bem quisto nos debates. Jair Bolsonaro (PSC) vem ganhando apoio de ruralistas, categoria que vem rejeitando o PT. “Não é possível entender: os ruralistas, as cooperativas e o setor agropecuário tiveram grandes incentivos de Lula e Dilma. O setor é um tanto quanto ingrato”, avalia Mirian Gonçalves.

As atuais políticas econômicas são, na opinião de Mirian, um tiro no pé. “Os reajustes do salário mínimo nacional sempre estiveram acima da inflação até 2016, o que não ocorre mais. 45 milhões de brasileiros ganham o mínimo: esse dinheiro movimenta a economia. Quem ganha mais gasta com roupas, alimentação e educação”.