Washington – China e Estados Unidos concordaram sobre a primeira fase de negociações comerciais entre os dois, anunciaram nessa sexta-feira (13) o vice-ministro de comércio chinês, Wang Shouwen, e o presidente dos EUA, Donald Trump. Com isso, os dois países vão suspender a aplicação de novas tarifas sobre importações que deveriam entrar em vigor neste domingo (15).
Em pronunciamento à imprensa, o vice-ministro chinês afirmou que a primeira fase das negociações comerciais entre China e Estados Unidos teve grande progresso. De acordo com ele, os dois países concordaram com o “contexto” da primeira fase das negociações comerciais.
Ele apontou que os EUA concordaram em reduzir gradativamente as tarifas adicionais impostas aos produtos chineses.
A China, por sua vez, deve ampliar a proteção aos interesses empresariais estrangeiros em seu território. O país também se comprometeu a incrementar a importação de energia e produtos agrícolas (incluindo trigo e milho) e farmacêuticos, além de serviços financeiros dos EUA. Os valores e volumes dessas compras não foram informados.
Alguns analistas duvidam que a China possa conseguir um aumento tão dramático nas compras agrícolas. Por exemplo, a demanda por soja – importante produto dos EUA usado para alimentação animal – está em queda devido à febre suína africana no país. Isso também torna improvável um grande aumento de compras de milho, disseram eles.
Tarifas
Embora tenham sido suspensas as tarifas que entrariam em vigor neste domingo, as já existentes de 25% “continuarão como estão”, afirmou Trump. Essas tarifas são aplicadas a cerca de US$ 250 bilhões em produtos chineses. Outros cerca de US$ 120 bilhões serão taxados a 7,5%.
Sem o acordo, os Estados Unidos colocariam em vigor tarifas sobre US$ 160 bilhões em produtos chineses como telefones, consoles de videogame ou roupas esportivas. Caso isso acontecesse, a China responderia com uma tarifa de 25% para carros americanos e 5% para autopeças; impostos que foram suspensos no início deste ano como um gesto de boa vontade.