Reportagem: Cláudia Neis
Uma petição enviada nesta sexta-feira (11) ao Juiz da VEP (Vara de Execuções Penais) de Cascavel, Paulo Damas, pelo advogado Luciano Pasa, responsável pelos trâmites da execução da pena do ruralista, Alessandro Meneghel, preso na última sexta-feira (4) devido à condenação pela morte do policial federal Alexandre Drummond Barbosa, em 2012, requer que Alessandro permaneça na Cadeia pública de Cascavel, ou então seja transferido para a PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel). O documento esclarece que a transferência de Meneghel para a PEC traria risco à vida dele. “Cumpre esclarecer que sua transferência para a Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) é desaconselhável, haja vista que, conforme é notório, participou internamente da
intermediação das negociações da última violenta rebelião registrada naquele estabelecimento
prisional, o que gerou desconfiança e declarados desafetos entre vários prisioneiros que lá
possivelmente ainda se encontram. Nesse contexto, sua presença na PEC é motivo de perigo real não só para sua integridade física como também para sua vida, o que deverá ser evitado .
Por esse relevante motivo requer seja mantido na cadeia pública da 15ª. S.D.P. de Cascavel ou, no momento oportuno, determinada sua transferência para a Penitenciária Industrial de Cascavel (PIC), local em que, inclusive, poderá trabalhar para remir a pena.”
Além disso, na última segunda-feira (7) o mandado de monitoração eletrônica, ou seja, uso de tornozeleira, foi revogado pela justiça, já que Meneghel está preso na Cadeia.
Alessandro ainda aguarda a avaliação do HC (Habeas Corpus) apresentado pela defesa ao TJ (Tribunal de Justiça) alegando que ele já estaria preso em casa. Nem o HC e nem a liminar que trata do pedido de liberdade foram julgados ainda.
Com a negativa do TJPR, os recursos em segunda instância se esgotaram e cabe apenas recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A prisão
Alessandro Meneghel foi preso na última sexta-feira (4) após após o recurso que pedia para ele continuar em liberdade durante a tramitação de outros recursos que correm em esfera superior para a redução da pena ser negado pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Alessandro foi condenado a 29 anos e um mês de prisão e cumpria a pena em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
Relembre o caso
O crime aconteceu em frente a uma casa noturna na Rua Paraná em 2012. Alessandro Meneghel e o policial federal Alexandre Drummond Barbosa teriam se desentendido dentro da boate. Meneghel saiu, foi até sua casa buscar uma arma e voltou ao local, onde atirou contra o policial que estava na calçada. Alexandre morreu na hora.
O caso gerou grande repercussão e comoção e foi alvo de muita polêmica durante todos os trâmites legais.
Meneghel foi preso horas depois do crime e foi solto em 2015, fazendo uso da tornozeleira.
Após a condenação, em 2017, Meneghel continuou em liberdade, que foi revogada com a decisão de ontem.
Alessandro Meneghel foi condenado a 34 anos e 6 meses de prisão em 2017, mas a pena foi reduzida para 29 anos pelo TJ.
Meneghel já esteve preso na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), onde, inclusive, intermediou as negociações para o fim da rebelião de agosto de 2014, quando cinco presos foram mortos.