SAÚDE

Huop notifica empresa para resolver a entrega e a “sujidade dos enxovais”

Huop
Foi dado prazo de uma semana para que a empresa resolva o problema, caso contrário, o hospital vai cancelar o contrato e abrir um novo processo licitatório

Cascavel – O problema da falta de enxovais e da sujidade das peças entregues é um problema recorrente dentro do Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) que notificou nesta semana a empresa vencedora da licitação para fazer a entrega dos materiais para todo o hospital. Foi dado prazo de uma semana para que a empresa resolva o problema, caso contrário, o hospital vai cancelar o contrato e abrir um novo processo licitatório.

De acordo com o diretor do Huop, Rafael Muniz de Oliveira, foi realizada uma reunião com a diretoria da empresa e a assinatura de uma ata, visto que o problema se arrasta há meses. “Eles [empresa] ficaram de cumprir o contrato, mas caso não façam isso, vamos cancelar o contrato e seguir com um novo processo”, relatou o diretor. Enquanto isso, a ideia é resolver de forma paliativa o problema com a compra de material descartável até que uma nova empresa assuma.

Rafael Muniz disse ainda que o problema ocorre com as roupas de cama e de banho e que esta não é a primeira vez que a empresa é notificada, já que ela assumiu o contrato em fevereiro deste ano. Logo no início do contrato foram entregues 21 mil peças para a instituição, sendo que essa nova remessa possui tecnologia inovadora de rastreabilidade individual, além de um rigoroso controle de distribuição em todas as alas. A reportagem do Jornal O Paraná já denunciou a situação em dezembro do ano passado, quando recebeu reclamações de pacientes internados no HUOP.

À época, foram publicadas fotos que comprovaram a situação denunciada pelos familiares dos pacientes, sendo que em alguns casos, a roupa de cama, que deveria ser um item básico tinha sido substituída por cobertores.

Contrato

Segundo o Huop, duas vezes por dia, são recolhidos cerca de 2 mil quilos de enxoval pela empresa responsável e encaminhados para um local específico, aonde todas as peças passam por um processo completo de lavagem e higienização. Após este minucioso procedimento, o enxoval limpo é entregue novamente ao Huop, e esse ciclo se repete todos os dias do ano, garantindo a higienização constante do enxoval hospitalar.

Muniz disse que esta mudança na rotina representa um marco na história da instituição e vinha para resolver problemas que existia no passado, visto que o contrato anterior não previa o fornecimento de novos enxovais conforme a demanda de leitos fosse crescendo e isso acabou gerando problema ao hospital em relação ao abastecimento de roupas. Além disso, não era prevista a rastreabilidade das peças e ocorria a evasão exagerada do material, gerando problema também de abastecimento.

No novo contrato, há uma lista de exigências que a prestadora de serviço deve cumprir. “Através deles que sabemos se alguma peça saiu do setor sem autorização e, caso aconteça, um alarme é acionado no sistema e todas as portarias recebem em tempo real os dados da peça que está faltando”, reforçou. A empresa vencedora da licitação possui um contrato de renovação anual com duração de até 10 anos e está sujeita a penalidades e descontos financeiros no final de cada mês, caso não cumpra a lista de exigências da instituição.

Novos leitos na segunda quinzena

Os 25 novos leitos anunciados pelo Huop no final do mês passado, devem passar a funcionar apenas na segunda quinzena de abril. Conforme o diretor, parte dos 38 funcionários que foram convocados do concurso público assumiram os cargos nesta quarta-feira (10), mas ainda faltam 8 servidores e terminar de organizar os leitos de enfermaria, já que não chegou todos os equipamentos necessários. 

A abertura dos novos leitos visa “aliviar” um pouco a grande procura na Central de Leitos que atende todos os municípios da macrorregião, formada por 94 municípios. Com isso, o hospital passará a ter um total de 355 leitos, sendo que 60 deles são de terapia intensiva e os novos leitos serão destinados posteriormente às cirurgias eletivas, mas que neste momento darão suporte aos pacientes encaminhados das UPAS (Unidades de Pronto Atendimento), de várias áreas como, por exemplo, ortopedia, auxiliando no fluxo de atendimento aos pacientes.

O Hospital Universitário segue sendo a referência para aproximadamente 2 milhões de pessoas que compõem toda a macrorregião Oeste, e, diferente do momento no período da Covid-19, quando os leitos foram abertos de forma emergencial, agora há uma organização seguindo o planejamento a longo prazo do hospital.

Foto: Huop/Unioeste