Os secretários da Saúde, Beto Preto, e da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, participaram nesta terça-feira (16) de uma reunião online com representantes do setor da agropecuária para tratar de ações de enfrentamento à Covid-19 relacionados aos funcionários de frigoríficos. Participaram mais de 100 pessoas ligadas a entidades agropecuárias e à saúde ocupacional.
No Paraná são mais de 300 frigoríficos cadastrados no Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest) da Secretaria da Saúde. Eles empregam cerca de cem mil pessoas em todo o Estado. Pela característica da atividade, ambiente resfriado e confinamento, as associações e cooperativas tomaram iniciativas para atuar frente ao surto de Covid-19.
A orientação do secretário da Saúde é para que as empresas realizem um mapeamento epidemiológico completo, incluindo a logística de funcionários, familiares, produtos e insumos para seguir com a atividade sem restrições. “Queremos alinhar, ajustar e melhorar agora e para frente, tenho certeza de que a saúde ocupacional vai melhorar muito após a pandemia”, disse.
Beto Preto reforçou que a atuação em parceria e de forma transparente é o ideal para reduzir casos de confirmações e óbitos pela Covid-19. “Soubemos, acompanhamos, visitamos e atuamos junto com as empresas nessas situações. Queremos agir rápido e de forma a poupar vidas, poupar a saúde das pessoas que atuam nos frigoríficos, assim como a de seus familiares”, disse ele.
Durante as duas horas de reunião, Beto Preto apresentou o relatório de ações realizadas pelo Centro Estadual de Saúde do Trabalhador e respondeu perguntas dos participantes. O Cest inspecionou 42 empresas do setor com mais de 500 funcionários, identificando fluxos de risco e mapeando a situação epidemiológica. Orientou e auxiliou os 301 frigoríficos a produzirem os planos de contingência e monitora todas as ocorrências notificadas.
Até o dia 9 de junho, o Cest havia registrado 567 trabalhadores com diagnóstico positivo para Covid-19, dois óbitos (1 trabalhador e 1 contato) e mais 17 casos confirmados que são contatos de empregados das empresas. Todas as situações são monitoradas pela Secretaria de Saúde.
NOTA ORIENTATIVA – Além da ação do Centro de Saúde do Trabalhador, a Secretaria da Saúde publicou a Nota Orientativa número 31 com recomendações para a indústria de abate e processamento de carnes (frigoríficos) para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. Também debateu questões relacionadas diretamente ao setor em reuniões do Centro de Operações em Emergências da Secretaria. (COE).
ENTENDIMENTO COMUM – O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou o trabalho em conjunto e o apoio das lideranças do agronegócio paranaense. Ele falou sobre a intenção de realizar novas reuniões para acompanhar a atividade neste momento de pandemia.
“O encontro foi importante para termos um entendimento comum sobre ações necessárias para proteção e atenção à vida dos trabalhadores. Conhecemos as recomendações de protocolos adequados, e precisamos evitar a interrupção dessa atividade essencial”, disse.
PREVENÇÃO – O presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, reforçou que o setor de alimentação, especialmente de abatedouros, tomou medidas preventivas para a contenção da transmissão do novo coronavírus.
“Desde o início reduzimos a produção em 20% para que os trabalhadores mantivessem distanciamento uns dos outros. Cumprimos todas as normas de equipamentos de proteção individual e nossa área de saúde ocupacional está atuante”, disse ele.
Ricken destacou o que as empresas ligadas ao setor têm feito. “Conseguimos detectar precocemente funcionários e parentes de trabalhadores infectados com o novo coronavírus. Afastamos do trabalho de maneira preventiva e rastreamos a rede de transmissibilidade. ”
ATUAÇÃO – Uma situação que foi retomada durante o encontro ocorreu em Itapejara do Oeste. Um frigorífico de aves identificou casos e acionou a Regional de Saúde de Pato Branco. O representante da empresa Vibra, Gerson Dalcin, falou sobre o trabalho da regional e da Secretaria da Saúde nas orientações das medidas a serem tomadas.
“É preciso reconhecer o trabalho que a Regional de Pato Branco realizou. Assim que os acionamos, pudemos contar com as orientações e auxílio no tratamento de casos suspeitos, confirmados e na elaboração do nosso plano de contingência para ações posteriores”, afirmou.
EDUCATIVAS – O presidente da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneguette, alertou sobre as ações educativas e de orientação para toda a comunidade. “Muita gente ainda desconhece a gravidade da situação pela qual estamos passando. Não é um problema nosso, do setor rural, é um problema da sociedade brasileira, paranaense e de todos. Por isso precisamos de união para seguir em frente”, finalizou Meneguette.
PARTICIPAÇÃO – Participaram da reunião: a diretora de Atenção e Vigilância, Maria Goretti Lopes; o presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Carlos Walter Martins Pedro; representantes da: Agência de Defesa Animal do Paraná (Adapar); Delegacia da Agricultura do Paraná; Sindiavipar; Ministério da Aagricultura; das cooperativas Coopavel; Lar, C.Vale, Coopagril; Unitá, Castrolanda, Aurora; Cocari; Coasul; Frimesa; JBS, BRF, Avinorte; GT Foods, Frango a Gosto; Jaguafrango e Pioneiro Frango.