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Dengue: Cascavel e Toledo lideram ranking de mortes e casos no Oeste

Em Toledo, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou mais seis mortes pela doença, chegando a um total de 13 óbitos

Mutirão Contra a Dengue em ParanaguáCuritiba,30/11/2015.
Os cinco bairros com o maior número de casos são Europa/América (654), Panorama (299), Facchini (288), Coopagro (286) e Centro (273). Foto: Arquivo/AEN

Cascavel – O mosquito Aedes aegypti segue fazendo um número maior de vítimas a cada dia, comprovado pelo acréscimo de pacientes em busca de atendimento nos serviços de saúde da rede pública e particular, superlotando os hospitais e trazendo preocupação as autoridades de saúde. O número de casos e de mortes cresce a cada semana e a situação está bastante evidente na Região Oeste: Cascavel e Toledo lideram os números da 10ª e 20ª Regional de Saúde, suas respectivas regionais de Saúde, tanto no número de casos quanto de mortes.

Em Toledo, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou mais seis mortes pela doença, chegando a um total de 13 óbitos, uma morte a mais do que Cascavel, que já tem 12 mortes confirmadas. No entanto, Toledo tem um total de 3.893 casos confirmados de dengue, enquanto Cascavel está com 19.765, uma quantidade bem superior, naturalmente pela população maior. Os dados são do atual ano epidemiológico que iniciou em agosto de 2023.

Segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Toledo, Juliana Breux Konno, este é o pior número da história do Município e a preocupação maior é com os locais aonde são encontradas as larvas do mosquito. “A população ainda não entendeu a gravidade do que vem sendo trabalhado pelos nossos agentes, visto que a grande parte das larvas são encontradas em depósitos removíveis como pratos de plantas e, isso nos causa preocupação”, destacou.

Sobre as mortes, Konno disse que a maioria são idosos com comorbidades, que são aquelas pessoas que tem problemas que acabam se agravando com a dengue. Dos 13 óbitos registrados, cinco são de pessoas do sexo masculino e oito do feminino. Deste total, 12 envolveram pacientes com comorbidades e a idade média dos falecidos é de 76,7 anos. Os cinco bairros de Toledo com maior número de casos são Europa/América com 632 casos, Panorama com 269, Facchini com 264, Coopagro com 261 e Centro com 240.

Para conseguir atender a grande quantidade de pacientes, foi criada uma unidade sentinela na Vila Paulista, que está realizando atendimento exclusivo, de segunda a sexta, das 7h às 21h, e aos sábados, das 7h às 19h, a pacientes com sintomas de dengue. A unidade de saúde do Cosmos está realizando também, de segunda a sexta-feira, atendimentos somente para este público no horário entre 17h e 21h.

Estas estruturas complementam o trabalho que já está sendo realizado, 24 horas por dia e 7 dias por semana, pelo Pronto Atendimento Municipal Dr. Jorge Milton Nunes e pela Unidade de Pronto Atendimento José Ivo Alves da Rocha.

Em Cascavel

A Capital do Oeste também vive sua pior situação de dengue da história, ultrapassando os dados de 2021/2022 que atingiu 13 mil casos e 15 óbitos, com uma demanda enorme nos serviços de saúde. Nem o “friozinho” da semana passada conseguiu reduzir a quantidade de casos e o retorno dos dias mais quentes, preocupa as autoridades. Entre as medidas que devem ser adotadas está o armazenamento, até a coleta, de todo lixo sólido, o cuidado com calhas, sacadas e caixas d’água. O trabalho do fumacê já foi encerrado na cidade.

Pacientes com sintomas da doença podem procurar as unidades de saúde do Tio Zaca e Ipanema e, ainda, a UBS Nova Cidade que são as três unidades de referência para o atendimento à dengue na cidade, que estão atendendo somente casos suspeitos. As demais unidades permanecem com todos os atendimentos eletivos e atendimentos para dengue, encaminhando para a UPA ou para o Hospital de Retaguarda quando necessário.

Paraná

O Paraná contabiliza um total de 140 mortes e de 219.045 casos confirmados. No entanto, o boletim estadual tem um atraso de pelo menos duas semanas em comparação ao local, visto que os casos primeiro são confirmados nos municípios e só depois disso, os dados são repassados ao Estado.

Liraa alto em Toledo

Em Toledo, outra preocupação é com os dados do último Liraa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti), realizado na semana passada entre os dias 17 a 19 de abril. Nestes três dias, os agentes de combate a endemias visitaram 1.779 imóveis de todos os bairros da cidade, sendo que o índice de infestação predial foi de 4%, média bem acima da recomendada pela a Organização Mundial da Saúde que é de apenas 1%.

O índice é bem superior ao último LiraA realizado em janeiro deste ano na cidade, que totalizou em 3,4%, no entanto menor do que o mesmo ciclo do ano passado, que fechou em 4,3%. A preocupação é ainda maior em alguns bairros nos quais o índice está ainda maior, entre eles, Lorenzetti que chegou a 16,66%, Independência com 13,33%, Vila Becker com 12,5%, Gisela com 10,52% e Panorama II com 10,34%.