DENGUE

Cascavel lidera número de óbitos no encerramento do ano epidemiológico

Cascavel ficou em segundo lugar com o maior número de casos, totalizando 32.338, mas em primeiro no número de óbitos
Cascavel ficou em segundo lugar com o maior número de casos, totalizando 32.338, mas em primeiro no número de óbitos

A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) publicou nesta terça-feira (30) o último informe da dengue deste período epidemiológico, iniciado em 30 de julho de 2023 e que termina neste mês. Foram registrados mais 8.031 casos da doença e 39 óbitos na última semana e somados aos dados do período, o Paraná contabilizou ao todo 595.732 casos e 610 mortes em decorrência da dengue, em um dos piores anos da doença de toda a história.

Cascavel ficou em segundo lugar com o maior número de casos, totalizando 32.338, mas em primeiro no número de óbitos com 57 confirmados. Em primeiro lugar ficou Londrina com 40.552 e em terceiro lugar Maringá com 23.232 casos. No total, são 397 municípios com confirmações da doença. Apenas Agudos do Sul e Tunas do Paraná, na Região Metropolitana de Curitiba, não tiveram registros.

Em relação aos óbitos, em segundo lugar ficou a cidade de Londrina com 52 mortes, seguido de Toledo com 44. Desde que o Estado passou a contabilizar os casos e óbitos, o ano epidemiológico 2019/2020 era o que concentrava mais casos, com 227.724, além de 177 óbitos. Para a coordenadora da Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, os dados deste ano podem ser atribuídos, em grande parte, às mudanças climáticas, influenciadas, principalmente, pelo El Niño.

“As regiões que historicamente apresentavam baixa circulação viral passaram a apresentar um cenário de impacto”, disse. “O aumento da pluviosidade e das temperaturas médias têm sido importantíssimos para a proliferação do Aedes, fazendo com que a densidade vetorial aumente, o que reflete na transmissão da dengue, sendo imprescindível a eliminação dos criadouros”, reforçou.

A Sesa se mantém vigilante quanto ao cenário e já trabalha definindo novas e contínuas ações para o novo período epidemiológico, que teve início em 28 de julho de 2024. “Já projetamos e programamos ações para o próximo período sazonal. Só nos últimos seis meses investimos R$ 100 milhões para apoiar gestores municipais nas ações de Vigilância em Saúde. Não faltam recursos. Mas pedimos a colaboração de toda a população com a eliminação de potenciais criadouros do vetor”, complementou. 

O secretário estadual da Saúde, Cesar Neves, lembrou que o último período foi de muito trabalho e dedicação das equipes. “A dengue está presente em praticamente em todo o País, com mais de 6 milhões de casos e 4,8 mil óbitos, e no Paraná não foi diferente. Assim como em outros estados, aqui também houve enfrentamento dessa grande epidemia. Não medimos esforços para a realização de ações resolutivas, porém precisamos da ajuda da população”, afirmou.

A situação em relação à doença fez com que o Governo do Estado decretasse, em março, a situação de emergência em saúde pública para a dengue. A decisão foi tomada devido ao aumento no número de casos e óbitos pela doença. A vigência do decreto foi de 90 dias.

Vírus

Neste ano epidemiológico foram detectados três sorotipos de dengue em circulação no Paraná: DENV-1, DENV-2 e DENV-3. O DENV-1 teve a maior circulação nos municípios, representando mais de 80% das amostras tipificadas pelo Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná). O período de maior concentração de casos notificados teve início em janeiro e foi até maio, sendo que março e abril concentram o maior número de casos.

Durante este período de um ano não houve confirmação de casos de zika no Paraná. Em relação à Chikungunya, o Estado registrou 1.920 notificações, 240 casos confirmados e nenhum óbito pelo agravo. Houve o registro de 183 casos autóctones e, destes, 77 eram pacientes residentes do município de Foz do Iguaçu, concentrando 42% dos casos autóctones no Paraná. O informativo da dengue voltará a ser divulgado pela Vigilância Ambiental da Sesa na terceira semana de agosto.