A resposta é não. Pelo menos nas palavras do presidente do Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná), Leonir dos Santos. O atendimento do SIM PR não está ameaçado em Cascavel.
Porém, a conta já não vem batendo há algum tempo na unidade, e falta dinheiro para cobrir todos os gastos. O aporte dos 25 municípios atendidos pelo Consórcio é de R$ 238 mil por mês. A despesa gira em torno de R$ 260 mil mensal. Há meses em que chega a R$ 40 mil o déficit e o rombo, por enquanto, está sendo ‘coberto’ pelo próprio Consórcio.
“No início do programa, o aporte dos governos Federal e Estadual eram o suficiente. Acontece que tudo aumentou, o aporte permaneceu o mesmo e precisamos dar conta desses recursos”, explica o presidente do Consórcio.
O assunto foi motivo de uma reunião ontem com a 10ª Regional de Saúde, a presidência do Cisop, e o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos.
O prefeito de Boa Vista da Aparecida, que está na presidência, veio pedir socorro a Cascavel para continuar mantendo o programa de atendimento a dependentes químicos. A questão é se o Município vai ter como contribuir, principalmente de forma financeira.
“Fomos obrigados a fazer um aumento na contribuição dos municípios para que não falte verba. Ocorre que Cascavel possui 90% dos atendimentos e os municípios também vão fazer aporte. É uma entidade que temos de tratar com bons olhos e tenho certeza que vamos avançar também na discussão com Cascavel”, ressalta.
A estrutura do Sim Paraná conta com uma estrutura com atendimento de enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais. Somente no ano passado, foram 1.200 atendimentos a pessoas em situação de dependência química.
E por falar em Cisop…
Nem mais o próprio presidente do Consórcio se arrisca a dizer quando as obras da nova sede do Cisop serão retomadas. Ele até usou o trocadilho de que “disse uma data e mordi minha língua”.
A construção, que já deveria estar pronta há três anos, continua apenas com os pilares erguidos, só que a burocracia da coisa toda agora faz com que haja data para terminar, metade do ano que vem… Mas não haja data para começar a obra. “Muita coisa mudou desde que a obra foi iniciada. A realidade mudou, os valores mudaram. Fizemos um novo estudo e seria necessário mais R$ 1,6 milhão para fazermos a obra. Reunimos todos os prefeitos, conseguimos o aporte, mas precisamos driblar a parte burocrática", lamenta.
Essa parte burocrática é a do convênio de quase R$ 8 milhões que vence na metade do ano que vem. “Em uma primeira conversa com o prefeito Paranhos, a sugestão fosse que procurássemos um novo convênio, até pelo medo de não conseguir terminar a obra até a metade de 2018. O problema é que agora o Estado precisa correr atrás disso. Quando vier a certeza desse convênio é que poderá ser assinado e aí sim haver uma nova licitação para dar continuidade na obra”, explica Leonir. A obra é bancada com aporte dos 25 municípios de abrangência do Cisop e um convênio com o governo do Estado e o governo Federal.