Após pressão de aliados, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado escondendo dinheiro nas nádegas, pediu nesta terça-feira (20) licença do mandato por 90 dias.
O afastamento foi uma solução costurada com diversos aliados para evitar a cassação. Dessa forma, o primeiro suplente Pedro Arthur Rodrigues (DEM-RR), que é filho do senador, não assume.
“Irrevogável, irretratável e sem recebimento de salários no período”, informou a assessoria do parlamentar sobre a licença.
Rodrigues solicitou nessa segunda-feira (19) o “desligamento imediato” do Conselho de Ética do Senado, que deverá julgá-lo por quebra de decoro parlamentar.
Na última semana, o parlamentar havia deixado a comissão externa do Congresso Nacional que fiscaliza os gastos no combate à Covid-19 e a vice-liderança do governo na Casa.
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento de Rodrigues por 90 dias. A decisão será apreciada nesta quarta-feira (21) pelo plenário da Corte.
Chico Rodrigues é investigado num esquema de desvio de recursos por meio de emendas parlamentares e fraude em licitação ligada à Secretaria de Saúde de Roraima no âmbito do combate à Covid-19.
O senador foi alvo da Operação Desvid19 da Polícia Federal (PF) no dia 14 de outubro. Na ocasião, os agentes encontraram cerca de R$ 30 mil escondidos nas nádegas de Chico Rodrigues.
Os recursos públicos desviados deveriam ter sido aplicados no combate à pandemia do novo coronavírus, em Roraima. No entanto, há indícios de fraudes e direcionamento de licitação no processo.
Para a PF, Chico Rodrigues faz parte do núcleo político da organização criminosa, que conta com a participação de uma empresa, além de funcionários e do então secretário de Saúde do estado.
No documento, os agentes da Polícia Federal descrevem que, além da quantia de dinheiro, “foram encontradas uma arma de fogo e munição de calibres diversos, sem registro, no armário do senador”.
Em resposta, a defesa do parlamentar informou que “o dinheiro tem origem particular comprovada e se destinava ao pagamento dos funcionários de empresa da família do senador”.
Fonte: Jornal Metrópoles