Governo busca soluções de mobilidade para Cascavel e Curitiba
Curitiba – O governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu nessa quarta-feira (6), no Palácio Iguaçu, com representantes da empresa chinesa BYD (Build Your Dreams), fabricante de veículos elétricos com zero emissão de poluentes. Em dois encontros simultâneos, com a participação dos prefeitos da Capital, Rafael Greca, e de Cascavel, Leonaldo Paranhos, foram discutidas soluções de mobilidade para a Região Metropolitana de Curitiba e para a Capital do Oeste.
A proposta do Estado é buscar novos modais para o transporte coletivo, que incluam veículos mais eficientes, modernos e menos poluentes. No Brasil, a BYD iniciou a operação de sistemas de monotrilho e de VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) em Salvador, além de contar com projetos em São José dos Campos e em uma das linhas do metrô de São Paulo.
Com o contrato de operação do transporte coletivo previsto para vencer em novembro deste ano e outro ano que vem, a cidade de Cascavel busca alternativas mais eficientes e modernas.
O Município de mais de 330 mil habitantes conta com uma média de 70 mil passageiros fazendo os deslocamentos de ônibus diariamente, com uma frota de cerca de 150 veículos.
O prefeito Leonaldo Paranhos tem manifestado sua preocupação com relação ao assunto. Segundo ele, de um lado há a queda no número de passageiros em função de outros meios de transporte, e, de outro, há a necessidade de modernização no sistema, e ambos pressionam o custo. Contudo, tarifas mais caras reduzem ainda mais a adesão ao transporte coletivo.
“Esse transporte tradicional tem tido uma queda no mundo todo em número de passageiros, principalmente nos grandes centros. Cada vez mais pessoas procuram usar bicicletas, aplicativos, caronas compartilhadas, sempre opções alternativas aos ônibus, o que faz esse número de usuários cair e, com as concessões que as Câmaras aprovam para idosos e deficientes, fica ainda mais cara a passagem sem que o transporte tenha qualidade. A gente precisa achar uma saída para isso”, disse, em recente entrevista para o Jornal O Paraná.
Paranhos classificou a reunião como “muito positiva”. “Nós temos condições [de modernizar], pelo formato de cidade que temos, pela quantidade de usuários do sistema, que dá em torno de 20 milhões de embarques por ano, é um número expressivo. Então, a partir desse momento, a gente desencadeia um processo de estudos”, destaca o prefeito.
“Queremos até o mês de maio, ou junho, estar com esse novo sistema já desenhado para que a gente possa fazer essa licitação próximo do fim desse contrato [de novembro]. Foi uma reunião produtiva e fiquei bastante animado com a expectativa de a gente modernizar ainda mais o nossos sistema”, afirmou o prefeito.
Na capital
Para a Região Metropolitana de Curitiba, o governo do Estado desenha com os prefeitos das cidades que fazem parte do Sistema Integrado de Transporte Metropolitano a implantação de um modelo de transporte com veículos elétricos, contemplando os municípios que têm os maiores fluxos de passageiros. De acordo com a URBS, em tempos normais, um contingente formado por 1,5 milhão de pessoas se desloca de ônibus diariamente entre a capital e a Grande Curitiba.
“O sistema de transporte de Curitiba ficou reconhecido mundialmente por sua eficiência, mas o modelo já não atende à demanda atual. Queremos construir juntos uma solução para modernizar esse sistema, aproveitando os traçados já existentes para incluir outros modais, como VLT e o monotrilho”, afirmou o governador. “A capital paranaense será uma ótima vitrine para a empresa que trouxer novas alternativas para o transporte público”.
Entre as propostas para a capital está a de aproveitar a estrutura da Linha Verde para modernizar a ligação com cidades como Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Araucária, São José dos Pinhais, Pinhais, Piraquara, Colombo e Campina Grande do Sul.
O governador defende que a adoção de veículos elétricos pode ser uma alternativa mais econômica e ambientalmente sustentável. Ele destacou os esforços do Estado para incentivar o uso de automóveis movidos à energia elétrica, sendo o primeiro a isentar as alíquotas do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para carros elétricos e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para os fabricantes desses veículos.