Opinião

Por que buscamos pelo culpado da separação?

Amparar
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“Em geral, o casamento não se desfaz porque um parceiro é culpado e o outro inocente, mas porque um deles está assoberbado por problemas de sua família de origem ou ambos caminham em direções opostas” (Bert Hellinger)

O que se esconde detrás da dinâmica universal de buscar a culpa e o culpado pela separação? No plano mental consciente é a responsabilização do culpado. Temos a tendência de saber “quem foi”. Precisamos de um “Judas” para malhar. No plano subconsciente, porém, somos movidos pela necessidade psicológica de fugir da dor.

Uma dinâmica muito comum para mitigar a dor da separação é colocar-se na posição de vítima. Quando nos colocamos nesse lugar – de vítima – vemos unicamente a nós mesmos. Nenhuma auto-responsabilização pode ter lugar.

No entanto, a autocompaixão precisa alimentar-se da piedade alheia, do contrário ela não se sustenta. É ali que entra o papel das amigas e dos amigos: eles são unânimes em confirmar que a culpa está no “outro”. Pronto! Isso é tudo que uma vítima precisa.

O que a pessoa que se coloca na posição de vítima não sabe é que a piedade – própria e alheia – faz com que a pessoa permaneça refém do “perpetrador culpado”. Com isso inviabiliza qualquer processo de superação da dor.

Outra dinâmica típica de quem busca pela culpa e pelo culpado da separação é a construção de narrativas. A fim de apresentar a si mesma como “inocente” e ao outro como “culpado”, a pessoa precisa construir uma narrativa plausível.

No fundo, trata-se de um modo de fugir da responsabilidade de assumir a responsabilidade pelo rompimento e suas consequências. Com efeito, na imaginação de quem inventa a narrativa, apenas mostrando o quão “mau” é o “outro” será possível evidenciar a própria inocência e bondade!

Não há como superar a dor da separação com semelhantes estratégias. Os únicos sentimentos possíveis de serem cultivados são raiva, revolta, mágoa, rancor e desejo de vingança. Sem assumir o sofrimento da ruptura e a parte da responsabilidade que nos cabe, não existe solução.

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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar

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