Opinião

Ao casar, casamos com a família do cônjuge

Amparar
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“Alguns dizem: “A minha família é boa, mas a do meu parceiro é má”. Isso atua como um veneno para o relacionamento. Quem se casa precisa casar-se também com a família do parceiro. Isso significa que deve respeitar e amar a família do outro como se fosse o próprio parceiro. Só assim esse amor pode dar certo” (Bert Hellinger)

“Quem se casa precisa casar-se também com a família do parceiro”! Esta frase de Hellinger talvez provoque calafrios em alguns casais. Não poucas vezes acontece em um relacionamento de um dos parceiros criticar duramente a família do outro. Como atua na alma do cônjuge o julgamento negativo de seu parceiro?

Quando um cônjuge critica os pais do outro, o cônjuge que ouve a crítica aos seus pais sente-se rejeitado a si próprio na rejeição de seus pais. Desde a perspectiva do psiquismo humano, não é possível amar o cônjuge ao mesmo tempo em que rejeitamos os pais dele.

Bert Hellinger, a propósito disso, nos oferece uma explicação muito simples. Nas palavras dele, um filho não apenas tem pais, mas ele é seus pais!  Por isso, quando um cônjuge rejeita a um ou a ambos os pais de seu parceiro, ele rejeita o próprio parceiro! O menosprezo dirigido aos pais do cônjuge atua nele como menosprezo dele mesmo.

É importante que se tenha presente que é unicamente por que existem estes sogros (e não quaisquer outros) que é possível existir este parceiro! Fossem outros os sogros, outro seria o parceiro. Amar o parceiro e rejeitar os sogros é a mesma coisa que condenar a macieira e apreciar a maçã que ela produz!

Não é preciso amar os sogros, mas promove o bom relacionamento do casal quando os aceitamos tais como são. E é benéfico em situações de conflito dar-se conta de que só é possível ter o parceiro que tem porque existem estes sogros.

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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar