Educação

Unesco inspira projetos de educação no Brasil

País é o segundo em número de escolas associadas ao PEA

Unesco inspira projetos de educação no Brasil

O Brasil é o segundo país em número de instituições PEA, com 583 escolas participantes, atrás apenas do Japão. O PEA (Programa das Escolas Associadas) da Unesco reúne no mundo mais de 11 mil escolas distribuídas em 180 países e é um segmento de alta relevância para as Nações Unidas por acreditar que a difusão de uma cultura de paz passa inevitavelmente pelo campo da educação formal.

No Brasil, a coordenadora nacional do projeto é Myriam Tricate, que afirma: “Somos uma grande rede colaborativa e não uma simples associação de escolas. Aqui todos – escolas do campo, quilombolas, indígenas, públicas e privadas – estamos dispostos a trabalhar em parceria, numa relação horizontalizada de compartilhamento de projetos, trocas e aprendizados; todos comprometidos com os princípios Unesco”, conta.

O PEA Unesco Brasil também abre a oportunidade para a construção de relações institucionais que colaboram na sustentabilidade das escolas seja nas trocas de aprendizados e conhecimento que se tornam reais a partir da aproximação em rede; seja no dia a dia das instituições que se inspiram nos projetos calçados nos temas sugeridos pela Unesco para o desenvolvimento de suas ações. Neste ano, os temas anuais sugeridos são: Ano Internacional das Línguas Indígenas; Patrimônio Material e Imaterial; Ano Internacional da Tabela Periódica e Ano Internacional da Moderação.

O Colégio Padre Eustáquio, por exemplo, em Belo Horizonte, é uma das escolas associadas da rede que elaborou projetos relacionados ao tema do Patrimônio Material e Imaterial da Unesco. Os alunos visitam diversos pontos turísticos da capital mineira – como a Praça da Liberdade e o Mercado Central – para que aprendam na prática sobre o assunto. O roteiro incluiu também uma visita à cidade Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, Ouro Preto: “Pelas ladeiras, os alunos conheceram as igrejas, sua arquitetura, museus e lugares marcantes para a história do estado e do Brasil”, explica Amália Kátia Ferreira Mendes, diretora da instituição e coordenadora regional do PEA em Minas Gerais.

Outro papel do PEA Unesco é o estímulo ao intercâmbio de conhecimento na gestão educacional. “O PEA é uma organização global e, assim, precisa agir internacionalmente”, explica Tricate.

Por isso, desde 2012 a Coordenação Nacional promove as missões pedagógicas internacionais com o objetivo de construir uma ponte entre a Rede PEA Brasil e as principais redes de escolas associadas do planeta. Diversos países como França e Holanda já foram visitados e, neste ano de 2019, 50 educadores viajaram à Austrália e a Nova Zelândia para conhecer o sistema educativo de países de referência, visitar escolas associadas da Unesco e outras instituições inovadoras; além de viver uma verdadeira imersão cultural.

“Conhecer modelos educacionais de sucesso de outros países é uma experiência muito rica. Pude perceber que lá fora já está sendo feito algo que aqui ainda está nascendo como é o caso da inserção da tecnologia e da inovação no ensino. Isso nos motiva, pois nos mostra que é algo possível de ser colocado em prática”, afirma Ana Paula Azevedo Piti, coordenadora de projetos de inovação do Colégio Magno de São Paulo (SP).

Encontro anual

Além disso, para unir a rede, anualmente é promovido um encontro PEA. Em 2018 participaram cerca de 600 pessoas e a meta 2019 é de que 800 educadores compareçam ao Encontro Nacional, quando juntas terão a oportunidade de se capacitar ainda mais através de experiências e vivências coletivas. “Mais do que práticas que tragam excelência, o que queremos é gerar pilares sólidos em termos de valores para nossas instituições e, além disso, fortalecer o PEA como uma plataforma de trocas e aprendizado mútuo”, diz Myriam Tricate, diretora nacional do PEA, reforçando o papel do programa de ser um grande promotor de interlocução. “No evento anual que promovemos isso fica mais evidente ao vermos as trocas entre escolas de diversos segmentos com um único objetivo: ampliar o diálogo e construir uma educação mais igualitária e de qualidade; gerando novos conhecimentos e oportunidades”, conta a diretora que já anunciou o próximo encontro para os dias 11, 12 e 13 de setembro em Ouro Preto, Minas Gerais.