Cotidiano

Uber e Lyft querem substituir ônibus coletivos nos EUA

NOVA YORK – O Pinellas Park, na Flórida, quem pode evita os ônibus como forma de deslocamento. Mas a cidade pode se tornar uma referência indicando o futuro do transporte coletivo. Isso porque a agência responsável pelo transporte público na área iniciou um novo experimento: suspendeu duas linhas de ônibus e começou a subsidiar viagens de Uber. Aparentemente, o Uber, que em seu início, disse que queria ser o “motorista particular de todos”, agora pode vir a se tornar também o motorista de ônibus de todos.

A empresa já fez parceria com algumas agências de transporte público para acordos similares ao de Pinellas Park. O Lyft deve anunciar este mês uma parceria com a cidade de Centennial, no Colorado, para seu primeiro contrato de subsídio de corridas. A empresa também diz já ter ajudado várias agências a se inscrever para programas federais que pagariam parte das tarifas do Lyft em casos nos quais os motoristas se tornariam, efetivamente, parte do sistema de transporte público

Cada um dos projetos atuais é minúsculo, mas poderiam posteriormente ser combinados e se transformarem em algo grande, disse Emily Castor, diretora de políticas de transporte da Lyft.

? Esta é uma área que tem o potencial de ser uma parte muito significativa do trabalho da Lyft no futuro ? disse ela. ? Com que velocidade ela avançará de pequenos projetos pilotos a ponto de ser institucionalizada nas agências de trânsito? Acho que isso é mais difícil de prever.

Nos últimos anos, as empresas de caronas e as autoridades dos governos locais muitas vezes tiveram uma relação difícil e às vezes abertamente hostil em relação à regulamentação. Os acordos de transporte público têm sido um oásis de aproximação entre eles. Em parte porque os acordos de contratação de caronas são pequenos demais para serem vistos como ameaça, segundo Kyle Shelton, gerente de programas do Instituto Kinder para Pesquisas Urbanas da Universidade Rice, nos EUA.

? Isto pode afetar algumas rotas; pode afetar o serviço como um todo; mas não substituirá as principais linhas que transportam milhares de passageiros por dia ? disse ele.

Rapidamente ficou claro que nas áreas com poucos passageiros, pagar por parte das viagens privadas era mais barato do que colocar um ônibus para rodar.

Enquanto as autoridades lidam com as perguntas, é difícil ignorar a economia real para os governos ? e a receita real para o Uber e a Lyft. Em 2014, os americanos gastaram US$ 15 bilhões em tarifas com transporte público nas 850 agências de trânsito público que compartilham informações com a Administração Federal do Trânsito dos EUA. As despesas operacionais dessas agências foram de US$ 42 bilhões. Boa parte dos 65 por cento restantes do custo para operar os sistemas veio de subsídios públicos.

Áreas periféricas com menor densidade e número de passageiros são particularmente mais caras de operar, o que transforma a contratação de caronas em uma alternativa atraente, disse Adie Tomer, pesquisador do Programa de Política Metropolitana da Brookings Institution.

? Se eles puderem oferecer resultados melhores para sua população pelo mesmo custo, ou por um custo mais baixo, será uma dupla vitória para a sociedade ? disse ele. ? Isso poderia começar a crescer muito rapidamente.