Cotidiano

Trabalhadores dos Correios voltam a discutir greve

Os Correios propuseram 0,8% de aumento nos salários e a revogação de alguns benefícios trabalhistas.

Trabalhadores dos Correios voltam a discutir greve

Reportagem: Milena Lemes

Há mais de três meses os trabalhadores dos Correios tentam conseguir o reajuste salarial de 3,1%, a não privatização da estatal e a não retirada de 19 cláusulas que garantem direitos, como o adicional noturno, a gratificação de férias e o plano de saúde.

No dia 31 de julho, o ministro Renato de Lacerda Paiva, vice-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), propôs aos trabalhadores a prorrogação do Acordo Coletivo 2018/2019. Os trabalhadores aceitaram, mas declararam estado de greve até 31 de agosto. Sem nova negociação, nesta terça-feira (3) eles farão assembleias em todo o País – com exceção dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, que farão as assembleias amanhã.

De acordo com a secretária de comunicação do Sintcom-PR (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná), Silvana de Souza, eles querem que a empresa sente com os trabalhadores para negociar. “Durante o período de prorrogação, fizemos quatro reuniões e a empresa não sentou conosco. No dia 27 de agosto o TST marcou uma reunião e sugeriu mais 30 dias de prorrogação. Nós votamos pelo sim, mas a empresa votou pelo não”.

Os Correios propuseram 0,8% de aumento nos salários e a revogação de alguns benefícios trabalhistas.

De acordo com os Correios, desde o início de julho a empresa participa da mesa de negociação com representantes dos trabalhadores, sob mediação do TST, com total de dez encontros registrados em ata. Durante as reuniões, a empresa apresentou sua situação econômica e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado de R$ 3 bilhões. E que as federações apresentaram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.

Unificação

O objetivo dos trabalhadores é uma greve unificada, prevista para se iniciar no dia 10 de setembro. “O quadro nacional já aponta para a greve unificada e intensa, já preparamos toda a parte burocrática para que seja uma greve legal”, explica a secretária de comunicação do Sintcom-PR, Silvana de Souza.

De acordo com ela, se o Paraná votar a favor de greve e os outros estados não aderirem, a greve se inicia no Estado imediatamente.

Assembleias no Paraná

Em Curitiba, a assembleia será às 19h, e as subsedes farão em horários diferenciados. Em Cascavel e Guarapuava, as assembleias serão às 18h30, em Foz do Iguaçu às 18h45, Maringá e Ponta Grossa, às 19h; e Londrina terá duas assembleias, uma às 17h30 e outra às 19h15.