Cotidiano

Serviços de saúde podem parar

Acadêmicos da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) protestaram ontem de manhã em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida, na Avenida Brasil, em Cascavel, em defesa do aumento dos repasses de custeio à universidade.

Aluno do segundo ano do curso de Ciências Econômicas, Leonardo Nascimento diz que, além da falta de itens básicos como papel higiênico, os acadêmicos estão na iminência de ficarem sem acesso ao RU (Restaurante Universitário), já que até os recursos para mantê-lo estão escassos. “Como vários gastos tiveram de ser remanejados, não há garantia de que o RU siga até o fim do ano”, diz. No RU, a refeição para acadêmicos de graduação da Unioeste é subsidiada cabendo ao aluno o valor de R$ 2,50.

O estoque de materiais da Clínica de Odontologia já não é mais abastecido, assim como a Farmácia Escola, que não consegue repor alguns medicamentos fornecidos a um custo bem mais acessível que o de mercado à população. Sem estoque, os serviços que dependem desses materiais devem ir parando aos poucos.

Os serviços de limpeza também vão passar por ajustes. De acordo com o diretor do campus de Cascavel, Alexandre Weber, o contrato de 13 zeladoras se encerra no próximo dia 15 e todas serão desligadas. O serviço é terceirizado, mas a partir da segunda quinzena de outubro será via teste seletivo, que prevê contratação por um ano, prorrogável pelo mesmo período, de nove zeladoras.

 

Falta dinheiro

O motivo de todas essas medidas são os cortes nos recursos de custeio repassados pelo governo do Paraná, diz Alexandre Weber. Para este ano, o orçamento destinado aos cinco campus da Unioeste foi de R$ 9 milhões. Desses, R$ 1,5 milhão veio para Cascavel. “É insustentável essa situação. Dependemos de um esforço coletivo por conta dessas migalhas”, diz.

Ele lembra que desde abril a universidade aguarda a liberação de uma emenda de R$ 3 milhões, valor que ainda assim não acaba com os problemas enfrentados na Unioeste.

Na semana passada, um fôlego. A Seti autorizou liberação de R$ 150 mil para a manutenção do Biotério Central, que não possuía recursos nem para comprar ração aos animais utilizados como cobaias em pesquisas acadêmicas.

 

R$ 200 mil retidos

Outros 30% do orçamento do SUS que deveria ser repassado ao HU (Hospital Universitário) de Cascavel estão retidos na mão do Estado. Segundo Alexandre Weber, parte dessa verba, em torno de R$ 200 mil, seria usada para atender os pacientes que necessitam de órteses e próteses. “Porém, não temos ideia de quando esse dinheiro vai chegar”.

Toda essa demora pode criar um problema ainda mais grave. Caso o HU não apresente até dezembro onde foram utilizados esses recursos, o governo federal reduzirá os repasses para 2019.