Cotidiano

Refúgio de Itaipu sediará pesquisa inédita sobre inseminação artificial

O resultado poderá mudar completamente a perspectiva de conservação da espécie em cativeiro e também na natureza.


Auxiliado pelo pessoal do Refúgio, o especialista alemão faz a coleta de sêmen- Foto: Rubens Fraulini
Auxiliado pelo pessoal do Refúgio, o especialista alemão faz a coleta de sêmen- Foto: Rubens Fraulini

Foz do Iguaçu – O Refúgio Biológico Bela Vista da Itaipu Binacional foi escolhido para sediar uma pesquisa internacional inédita sobre a criopreservação de sêmen e reprodução assistida de harpias (Harpia harpyja) por meio de inseminação artificial. O resultado poderá mudar completamente a perspectiva de conservação da espécie em cativeiro e também na natureza.

O responsável pela pesquisa é o médico-veterinário Dominik Fischer, professor da Universidade Justus Liebig Giessen e também parceiro de projetos no Zoológico de Nuremberg, ambas as instituições localizadas na Alemanha. Fischer chegou ao Brasil no dia 13 de novembro e fica até o próximo sábado (14).

O Refúgio foi escolhido por abrigar o maior plantel de harpias em cativeiro do planeta. “Além dos espécimes, encontrei aqui a infraestrutura ideal para desenvolver o trabalho, desde equipamentos até espaço e, também, o apoio da equipe”, disse o pesquisador.

O projeto consiste basicamente de coleta, análise, diluição e preparação do sêmen, tanto para refrigeração como para criopreservação. Os resultados foram satisfatórios até o momento – das 12 harpias machos sexualmente maduras submetidas à coleta, dez apresentaram sêmen.

Foi feita, também, a inseminação de uma fêmea que estava em período fértil. No dia 9 de dezembro, ela pôs um ovo que pode estar fertilizado com o sêmen do macho doador. O próximo passo é aguardar o resultado da incubação e, se houver o nascimento de filhote, serão realizados testes genéticos de paternidade para saber se a inseminação artificial teve sucesso.