Política

Rádio Patrulha: Beto Richa acusa juiz de vazamento e pede suspeição

Ele acusa o magistrado de vazar informações sigilosas

Curitiba – O ex-governador Beto Richa pediu que o juiz Fernando Bardelli Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, declare-se suspeito ou impedido de continuar à frente da ação penal decorrente da Operação Rádio Patrulha, que investiga um programa estadual de manutenção de estradas rurais e no qual Richa é um dos réus. Ele acusa o magistrado de vazar informações sigilosas para a imprensa, das quais nem mesmo a defesa do ex-governador teria conhecimento, a exemplo da sua primeira prisão, em 11 de setembro de 2018, quando a imprensa teria ficado sabendo antes e feito a cobertura do ato.

Conforme a defesa do ex-governador, fatos semelhantes teriam se repetido em ocasiões posteriores, o que levou Beto Richa – ao invocar a exceção de suspeição – afirmar que o magistrado atua movido por “viés político e consequente quebra da imparcialidade para julgamento do feito”.

Os advogados do ex-governador ainda acusam o juiz Fernando Fischer de dificultar o acesso a informações juntadas ao processo pelo Ministério Público e de dar prazo exíguo para manifestações da defesa.

Oficial: Luiz Abi será procurado por autoridades libanesas, decide juiz federal

O juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Criminal de Curitiba, concordou em pedir ajuda da República Libanesa para tentar notificar Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). O pe3dido foi feito pelo MPF (Ministério Público Federal).

Em março, Abi se tornou réu pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva no âmbito da Operação Integração, mas não foi encontrado para ser comunicado da decisão. Autor da denúncia, o MPF já havia opinado por pedir auxílio das autoridades libanesas em parecer assinado no último dia 13. No meio da tarde de ontem, Sérgio Ribeiro concordou com o MPF.

“As tentativas de localizar o réu no seu endereço antigo em Londrina restaram infrutíferas, conforme se denota da certidão lavrada por oficial de justiça em 26 de abril de 2019. Ao tentar citar o réu, o oficial de justiça foi informado que o Abi encontra-se no Líbano para um tratamento de saúde e não tem previsão de retorno; que não sabe informar o endereço que ele se encontra e nem o número de telefone”, observou o magistrado.

Abi também responde a outras ações penais e viajou para o Líbano em setembro do ano passado.

Acusação

De acordo com a denúncia do MPF, Abi era o “operador financeiro” de Beto Richa, “atuando como caixa geral de propinas do ex-governador do Paraná, recebendo em dinheiro vivo as vantagens indevidas intermediadas por outros integrantes da organização criminosa”. Abi é primo do ex-governador.

O MPF aponta que, entre 2011 e 2018, Abi “solicitou, aceitou e recebeu o pagamento de vantagem indevida de aproximadamente pelo menos R$ 2,7 milhões das concessionárias de pedágio do Estado do Paraná para determinar o ex-governador do Estado do Paraná e outros agentes públicos a ele subordinados, a praticar atos de ofício ilegais que atendessem os interesses dessas empresas”.

Em março, quando a denúncia foi acolhida pela Justiça Federal, o advogado Anderson Felipe Mariano, responsável pela defesa de Abi, alegou que “as acusações são todas inverídicas e ele comprovará sua inocência”. Ele também informou, na época, que não tem “previsão” de quando Abi voltará ao Brasil.

Na época, a defesa de Beto Richa classificou a acusação de “equivocada”, que “Luiz Abi nunca foi operador financeiro e uma afirmação destas deve ser totalmente repudiada porque não é verdadeira”.