Agronegócio

Quatro municípios do oeste são destaque nacional na pecuária

Toledo aparece entre os maiores em dois rankings: é o primeiro em plantel de suínos, com 1.172.400 cabeças, e quarto na piscicultura, com 9,682 mil toneladas

Quatro municípios do oeste são destaque nacional na pecuária

Toledo – O valor de produção dos produtos pecuários e de aquicultura chegou a R$ 64,4 bilhões em 2019, crescimento de 8,6% em um ano, conforme a PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal) divulgada ontem (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2019, o valor de produção dos principais produtos pecuários cresceu 9%, somando R$ 59,3 bilhões, sendo 72,8% desse valor só de produção de leite. O restante vem de ovos de galinha (25,6%), mel (0,8%), ovos de codorna (0,6%), lã (0,1%) e casulos de bicho-da-seda (0,1%).

Já os produtos da aquicultura somaram R$ 5,16 bilhões, aumento de 5,1%, sendo que a atividade de criação de peixes foi responsável por 72,6% desse total. A produção de camarão gerou 25,9% do valor nacional, ostras vieiras e mexilhões, 1,4%, e outros animais da aquicultura, como rãs e jacarés, 0,1%.

Dentre os rebanhos pesquisados, quatro cidades do oeste são destaque nacional. Toledo aparece entre os maiores em dois rankings: é o primeiro em plantel de suínos, com 1.172.400 cabeças, e quarto na piscicultura, com 9,682 mil toneladas.

Nova Aurora aparece em primeiro no ranking da piscicultura, com 17.376 toneladas de peixes. Cascavel é a segunda em galináceos (16,962 milhões de aves) e Marechal Cândido Rondon é o quarto em suínos, com 474.254 animais.

No País, a criação de peixes em cativeiro (piscicultura) avançou 1,7%, totalizando 529,6 mil toneladas em 2019, impulsionada principalmente pelo Paraná, que produziu 23,9% do total nacional. “A maior produção foi da espécie tilápia [61,1%], seguido pelo tambaqui [19,1%]”, destaca Mariana, lembrando que essa pesquisa não investiga dados de pesca, somente da criação de peixes em cativeiro.

Apesar do destaque paranaense, o rebanho nacional de suínos caiu 1,6% em 2019, somando 40,6 milhões de cabeças. Em contrapartida, o número de fêmeas destinadas à procriação (matrizes) apresentou acréscimo pelo terceiro ano consecutivo e atingiu a marca de 4,8 milhões, alta de 0,5%, o que indica, segundo Mariana, que os produtores estão realizando investimentos no setor.

Em 2019, a Região Sul, que detém quase metade do rebanho do País (49,5%), teve efetivo 2,4% menor de suínos que em 2018.

Bovinos

O rebanho bovino brasileiro voltou a crescer em 2019, após dois anos consecutivos em queda. A leve alta de 0,4% garantiu a marca de 214,7 milhões de cabeças de gado, o que mantém o Brasil como o segundo maior rebanho bovino do mundo e o principal exportador desse tipo de carne.

“Em 2019, verificamos uma queda na participação das fêmeas no abate, sugerindo uma transição do ciclo de baixa para o de alta da pecuária, que é quando o produtor passa a reter fêmeas devido aos bons preços de mercado”, explica a supervisora da pesquisa, Mariana Oliveira.

Além disso, ela lembra que o ano foi marcado pelo recorde de carne bovina exportada, especialmente para a China, o que incentiva a produção de bovinos.

Leite

A produção de leite de vaca também cresceu em 2019, chegando a 34,8 bilhões de litros, aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. O valor de produção atingiu R$ 43,1 bilhões. Essa alta vem do ganho de produtividade, já que o efetivo de 16,3 milhões de vacas ordenhadas foi 0,5% menor em relação ao ano anterior. Com menos animais produzindo mais leite, a produtividade subiu para 2.141 litros de leite por vaca ao ano.

Com um crescimento de 4,4%, a Região Sudeste voltou a ser a maior produtora de leite do país em 2019, com 34,3% de participação, tirando a liderança do Sul, que ocupava o posto desde 2014. Minas Gerais seguiu como maior estado produtor, seguido por Paraná e Rio Grande do Sul. Os três produzem mais da metade do leite nacional (51,9%).

Dos dez maiores municípios produtores de leite, sete são mineiros. O maior, porém, é Castro (PR). Em seguida vem Patos de Minas (MG) e Carambei (PR).

Outros produtos

A produção de ovos de galinha cresceu 4,2% e alcançou a marca de 4,6 bilhões de dúzias, sendo que 83,2% foram provenientes de granjas de médio e grande porte. Segundo Mariana Oliveira, essa alta decorre, principalmente, pelo aumento do consumo interno. “Isso significou mais um ano de aumento e recorde na série histórica e resultou em um rendimento estimado em R$ 15,1 bilhões”.

Quase todos os municípios brasileiros (5.439) apresentaram alguma produção de ovos de galinha em 2019, sendo o principal Santa Maria de Jetibá (ES).

Outro destaque de 2019 foi a produção de mel, que cresceu 8,9% em relação ao ano anterior, atingindo 46 mil toneladas. Mariana observa, contudo, que o valor de produção recuou 1,8%, totalizando R$ 493,7 milhões, por conta da queda no preço médio do produto. “Essa queda no preço pode ser explicada pelo aumento na oferta”, avalia.

Houve aumento na produção de mel em todas as regiões. Mas o destaque veio do Nordeste, com incremento de 1,5 mil toneladas. Entre os estados, o Paraná (15,7%) ultrapassou o Rio Grande do Sul (13,6%), tornando-se o maior produtor. O município de Ortigueira (PR) teve a maior produção de mel do país.

Outros destaques nacionais

  • Com 214,7 milhões de cabeças de gado, rebanho bovino cresceu 0,4% em 2019, com destaque para o município de São Félix do Xingu (PA)
  • A produção de leite de vaca avançou 2,7%, somando 34,8 bilhões de litros. O Sudeste voltou a liderar produção
  • O rebanho suíno reduziu 1,6%, com 40,6 milhões de cabeças
  • Produção de ovos de galinha cresceu 4,2% e alcançou a marca de 4,6 bilhões de dúzias
  • Impulsionada pelo Paraná, criação de peixes em cativeiro (piscicultura) subiu 1,7%, totalizando 529,6 mil toneladas
  • A produção de camarão criado em cativeiro (carcinicultura) aumentou pelo segundo ano consecutivo
  • 46 mil toneladas foi a produção de mel, alta de 8,9% em relação a 2018, e o Paraná virou líder nacional
  • Valor de produção dos produtos pecuários e de aquicultura chegou a R$ 64,4 bilhões