Rio de Janeiro – O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) revela que 1.856 cidades brasileiras não se sustentam, já que a receita gerada localmente não é suficiente nem para custear a Câmara de Vereadores e a estrutura administrativa da prefeitura. Em média, esses municípios gastaram, em 2018, R$ 4,5 milhões com essas despesas e geraram apenas R$ 3 milhões de receita local.
O estudo é elaborado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), com base em dados fiscais oficiais de 2018, e aponta que 3.944 municípios (73,9% do total analisado) registram situação fiscal difícil ou crítica, incluindo nove capitais: Florianópolis, Maceió, Porto Velho, Belém, Campo Grande, Natal, Cuiabá, Rio de Janeiro e São Luís.
Foram avaliados pelo IFGF dados de 5.337 cidades, que declararam suas contas à Secretaria do Tesouro Nacional até a data prevista em lei e estavam com os dados consistentes. Nelas, vive 97,8% da população.
A análise geral dos dados mostra que o indicador de Autonomia – que verifica a relação entre as receitas oriundas da atividade econômica do município e os custos para manutenção da estrutura administrativa – teve o pior resultado.
A Firjan destaca que, para garantir pelo menos a autonomia em relação aos custos de existência, seria preciso que as cidades que não se sustentam aumentassem os recursos próprios em 50%. Porém, de acordo com os cálculos do estudo, isso é pouco provável especialmente no cenário em que elas experimentaram aumento real de apenas 9,6% de sua receita local nos últimos cinco anos.
O segundo principal problema das cidades, de acordo com o IFGF, é o comprometimento com os gastos com pessoal.
O indicador de Liquidez aponta que 3.054 cidades (57,2% do total analisado) não planejaram o orçamento de forma eficiente.
No oeste, 11 em dificuldade
Na região oeste do Paraná, 11 municípios têm gestão em dificuldade (índice de autonomia inferior a 0,6). Dois não informaram os dados. O destaque é para Assis Chateaubriand, o melhor colocado na região e o 13º melhor no Paraná e 53º do País, com 0,8875 de autonomia. O pior é Ramilândia, com 0,4567, em 338º lugar no Paraná.
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