Política

Prefeito decide escantear Sismuvel

Sem consenso com a categoria, a administração municipal comunicou ontem ao Sismuvel (Sindicato dos Servidores Municipais de Cascavel) a retirada da proposta de conceder benefícios aos 1,2 mil zeladores após extinção do cargo – como estabelece projeto em tramitação na Câmara de Vereadores. Ontem, durante sessão, o vereador Josué de Souza (PTC) declarou que, independente do resultado da votação na próxima segunda-feira, quando a proposta volta à pauta, Leonaldo Paranhos (PSC) pretende se reunir diretamente com as zeladoras, evitando a intermediação sindical. “Essa administração vai tratar diretamente com as zeladoras. O sindicato estava na sessão [desta segunda-feira] e não representava as zeladoras. Teve a negociação [no domingo], mas o resultado não foi levado aos filiados, que fizeram protesto mesmo com o acordo”, critica o vereador.

No domingo, às vésperas da votação, o Município concordou em aumentar os salários a partir da data-base, que passaria de R$ 964,69 para R$ 1.030,10, além de um abono de R$ 170 e manutenção das zeladoras nas unidades atuais. Só que, segunda-feira, os servidores não concordaram com a proposta e, diante da pressão das zeladoras em plenário, um pedido de vistas do projeto de extinção do cargo de zelador adiou a votação. A manifestação teria motivado a decisão de interromper a negociação com o sindicato, visto que ainda na segunda-feira pela manhã, Paranhos falava que existiam “interesses políticos” no caso.

Reunião hoje

Diante da situação, o presidente do Sismuvel, Ricieri D'Estefani Junior, convocou os servidores para uma reunião hoje, às 19h, na Câmara. “Havíamos aceitado não nos opor ao projeto. O pedido de vistas foi inesperado, assim como a decisão de retirada da proposta. Agora, a atitude será pela manifestação contrária ao projeto”, disse Ricieri.

Sem acordo

Sem consenso entre sindicato e zeladoras, o Poder Público decidiu romper o acordo e esperar a posição do Legislativo. Se aprovado o projeto, a prefeitura terá aval para contratar empresas e terceirizar a limpeza nos Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil). O quadro atual de zeladoras será mantido.

O vereador Paulo Porto (PCdoB) lamentou a decisão da prefeitura em retirar os benefícios. “As zeladoras estão sendo punidas por lutarem pelos seus direitos. Com esse ato, a atual gestão se iguala aos piores dias da gestão de Edgar Bueno, quando a falta de diálogo e a truculência foram marcas do governo”, disse.