Cotidiano

Porta-voz do conhecimento

Matilda Moraes - Nascimento: 14/06/1976 - Falecimento: 07/01/2020

Porta-voz do conhecimento

Matilda Moraes nasceu em Catanduvas, no oeste do Paraná, onde viveu até os oito anos, pois o pai, Ermínio Moraes, trabalhava como segurança de banco e foi transferido para Foz do Iguaçu e toda a família se mudou para a Terra das Cataratas. Contudo, Ermínio sofreu um acidente em 1991, e, devido ao susto, a família decidiu deixar Foz do Iguaçu e veio então morar em Cascavel, onde seus parentes já estavam.

Desde pequena, Matilda cultivava o sonho de ser enfermeira, mas precisou mudar de ideia porque não podia ver sangue. O desejo de ajudar as pessoas continuava e foi então que ela decidiu fazer isso de outra forma: transmitindo conhecimento.

Matilda cursou magistério no Colégio Estadual Wilson Joffre e depois a graduação de História na Unipar. E, assim, em 1998, realizava seu sonho: virara professora.

Rejane Moraes Dal Prá conta que a irmã lecionava artes para o ensino fundamental. “Ela amava dar aula… era uma pessoa de fibra, trabalhadora, que amava a vida e a família e que não media esforços para ajudar quem precisava dela”.

Matilda se casou com Lineu de Jesus Camargo e da união nasceram as filhas Vitória Moraes Camargo e Valentina Moraes Camargo. Em 2009, Lineu comprou um sítio em São Salvador, distrito de Cascavel, e a família se mudou para lá.

Amor pela culinária

Logo quando chegaram ao Distrito de São Salvador, Matilda Moraes e o marido, Lineu, começaram a trabalhar com agricultura e pecuária de leite. Pouco tempo depois, abriram o Restaurante Recanto do Pescador, e Matilda pôs em prática o amor que tinha em cozinhar. Contudo, ela nunca deixou as salas de aula. “De manhã e nos fins de semana ela cozinhava no restaurante e à tarde ela lecionava na escola de São Salvador”, conta a irmã Rejane Moraes Dal Prá.

A despedida

Matilda Moraes tinha problemas nas plaquetas do sangue, o que dificultava a coagulação do sangue. No dia 31 de dezembro ela foi ao mercado e, ao retirar as compras do carro, a tampa do porta-malas caiu em sua cabeça. A batida provocou-lhe uma hemorragia cerebral. Na segunda-feira (6), Matilda não estava se sentindo bem e foi internada na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Brasília, mas durante a madrugada o quadro se agravou e ela foi encaminhada para o HU (Hospital Universitário), onde faleceu um dia depois (7).

Ela deixa o pai, Ermínio Moraes, a mãe, Conceição Geni Moraes, o marido, Lineu Camargo, as filhas Vitória e Valentina, e os irmãos Rejane Moraes Dal Prá e José Moraes.