Cotidiano

Paranhos quer tirar coleta de recicláveis do contrato do lixo

A ideia é retirar isso do contrato, e passar a remunerar as cooperativas de catadores

Paranhos quer tirar coleta de recicláveis do contrato do lixo

Sem um parecer final da Justiça em relação a legalidade da licitação do lixo feita a toque de caixa pela gestão anterior, o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) declarou ontem que, devido aos investimentos feitos de maneira paralela pelo poder público em coleta, separação e destinação de recicláveis, já analisa uma alteração do contrato com a OT Ambiental.

A empresa venceu o certame e receberá em cinco anos R$ 173 milhões para a coleta de lixo e limpeza urbana. Entre as obrigações da empresa está o recolhimento de recicláveis. A ideia é retirar isso do contrato, e passar a remunerar as cooperativas de catadores.

Hoje, conforme Paranhos, 10% dos recicláveis gerados são recolhidos pela empresa. A meta é chegar a 50%. “Em breve, podemos mudar isso [o contrato com a OT Ambiental] e criar novas cooperativas para que possamos tirar aquele valor por meio de aditivo e repassar para as cooperativas”.

Para que isso ocorra, a prefeitura precisa que novas cooperativas sejam abertas. Hoje existem a Cootacar e a Caremel.

Por meio de uma parceria com Itaipu, cinco barracões serão erguidos na cidade para abrigar esses trabalhadores. A estrutura vai receber inclusive o grupo de coletores vítimas do incêndio que destruiu os barracões alugados no Jardim Melissa no dia 1º deste mês.

Cada novo barracão custará R$ 1 milhão – em média – e será custeado pela Itaipu,que cuidará da licitação a ser aberta em breve. O Município disponibilizará os terrenos que ficam no Cascavel Velho, no Quebec, no Interlagos, no 14 de Novembro e no Santa Cruz. Outros sete serão erguidos por meio do programa municipal, também em parceria com a binacional. “As estruturas ficam perto dos trabalhadores. A ideia é contemplar as famílias em situação vulnerável”, explica Rosana Aparecida Poitch, que acompanha os projetos da Itaipu.

As estruturas serão administradas pelas cooperativas.

Sexta-feira haverá uma reunião, às 18h30, na prefeitura, para esclarecer dúvidas sobre o projeto. A estrutura do Ecolixo, na Rua Manaus, que agora é usada pela Cootacar, será reformada e transformada em uma unidade escolar sobre educação ambiental. Nela, as crianças poderão aprender sobre todo o processo de reutilização do reciclável.

Reportagem: Josimar Bagatoli