Cotidiano

Para economistas, crise econômica está apenas no começo

Apesar da recessão, analistas afirmam há alternativas para alguns setores

Cascavel – O Brasil enfrenta o pior momento econômico dos últimos 20 anos, com uma recessão diferente das últimas quatro que viveu desde o Plano Real. Esse quadro pode ser considerado como reversão das expectativas geradas pelo crescimento da economia nacional, que em 2010 atingiu 7,5%, enquanto boa parte dos países estava em dificuldades em razão da crise de 2008.

Mas, apesar desse momento delicado, ainda há oportunidades para alguns setores, especialmente para os mais produtivos. A opinião é de economistas ouvidos por O Paraná, dentre eles Eduardo Giannetti da Fonseca, PhD pela Universidade de Cambridge (EUA) e autor de vários livros, que vê três cenários possíveis para a economia brasileira.

O primeiro é aquele no qual aposta o governo Dilma, por meio do ajuste fiscal, para tirar o País da recessão num prazo de três a sete trimestres. Em um segundo cenário, Giannetti estima que se levará mais tempo para que o País recupere sua economia. Ele aponta um terceiro cenário, esse mais dramático, que seria uma guinada populista, uma espécie de “argentinização”.

“Com as perspectivas atuais, é a hora dos profissionais fazerem melhor e de maneira diferente. Ou seja, para sair da crise só há um caminho: o trabalho, com inovação e feito de forma diferente”, analisa.

Sobre o ajuste fiscal, os analistas entendem que ele proporciona cortes reais que não chegarão a R$ 10 bilhões por ano, muito aquém do necessário e fração ínfima diante dos R$ 2 trilhões que estados, municípios e União gastam anualmente.

Aumento de consumo gera oportunidades

Apesar da recessão, os analistas fazem questão de afirmar que nesse período haverá muitas alternativas de crescimento para alguns setores produtivos, notadamente àqueles que estiverem mais bem preparados.

“O mercado, apesar do momento ruim, apresenta diversas oportunidades e isso vale para vários setores. A maior competitividade, por exemplo, deve melhorar as exportações nos próximos meses”, observa o professor da USP Marcos Fava Neves.

Renato Meireles, diretor da Data Popular, defende que “atitudes empreendedoras são um diferencial no mercado contemporâneo”.

Ele reconhece que a distribuição de renda dos últimos anos permitiu o aumento do consumo em geral, mas alerta que o comportamento do consumidor mudou diante da crise.

(Com informações de Cesar da Luz)