Cotidiano

Odebrecht pede recuperação judicial; R$ 83 bi em dívidas

A empresa estava sem alternativas para resolver o problema de liquidez financeira

São Paulo – A Odebrecht entrou na tarde dessa segunda-feira (17) com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, em São Paulo. O pedido inclui a Kieppe e a Odbinv, controladoras do grupo. O valor da causa foi de R$ 83 bilhões. Com uma dívida bilionária e execuções em curso, a empresa estava sem alternativas para resolver seu problema de liquidez financeira.

Na última semana, a Caixa – uma das credoras da empresa – iniciou processo de execução das dívidas da empresa. A execução corre em segredo de Justiça, como desdobramento da pressão que o banco público vem fazendo contra o grupo desde o pedido de recuperação judicial da Atvos, braço de açúcar e álcool da holding, no fim de maio.

A Atvos, que tem dívida de quase R$ 12 bilhões, foi a primeira companhia do grupo a recorrer à proteção da Justiça para renegociar seus débitos.

Até a semana passada, os grandes bancos brasileiros negociavam em conjunto uma recuperação extrajudicial do grupo Odebrecht. Na Justiça, os bancos credores entram numa fila para receber os empréstimos ao lado de funcionários, governo, fornecedores e outros. Além disso, o desconto sobre a dívida tende a ser bem maior.

Em nota, a Odebrecht afirmou que não estão incluídas no pedido de recuperação judicial as seguintes sociedades: Braskem S.A., Odebrecht Engenharia e Construção S.A., Ocyan S.A., OR S.A., Odebrecht Transport S.A., Enseada Indústria Naval S.A. (em conjunto denominadas “Negócios”), assim como alguns ativos operacionais na América Latina e suas respectivas subsidiárias. Também estão fora da recuperação judicial da Odebrecht a Atvos Agroindustrial S.A. (que já se encontra em recuperação judicial) e a Odebrecht Corretora de Seguros, Odebrecht Previdência e Fundação Odebrecht.