Cotidiano

Novas regras da CNH já atingem o preço: R$ 300 mais barata

O primeiro impacto já foi sentido: em Cascavel, o valor da habilitação para a categoria B (carro) está em média R$ 300 mais barato

Com novas regras, futuros motoristas voltam a procurar autoescolas - Foto: Divulgação
Com novas regras, futuros motoristas voltam a procurar autoescolas - Foto: Divulgação

Reportagem: Milena Lemes

Desde o início desta semana estão em vigor novas regras para fazer a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), dentre elas a determinação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que torna o uso do simulador de direção facultativo para os alunos de CFCs (Centro de Formação de Condutores).

O primeiro impacto já foi sentido: em Cascavel, o valor da habilitação para a categoria B (carro) está em média R$ 300 mais barato, revela o vice-presidente da Associação das Autoescolas do Paraná, Claudeir Santos.

A resolução levou dois meses para entrar em vigor. Durante esse tempo, a procura para fazer a primeira habilitação caiu pela metade.

“Já era visto que o pessoal iria esperar a resolução entrar em vigor. Nós éramos acostumados a fechar turma com 35 alunos e chegamos a fechar com 15 alunos”, confirma o gerente de uma autoescola José Aparecido de Melo.

Para ele, não é possível reduzir mais o custo da habilitação, pois as aulas no simulador custam R$ 250. “O governo anunciou que haveria 15% de redução, mas o simulador não custava 15% da habilitação. Então, se hoje o uso é facultativo, automaticamente a pessoa vai pagar R$ 250 a menos se optar por não fazer as aulas”.

Até semana passada, o valor para fazer autoescola para se habilitar a dirigir carro em Cascavel era de R$ 2.400. A partir de agora, o preço está na faixa de R$ 2.100.

Aula noturna

O aluno que optar por não fazer as aulas no simulador, deverá fazer pelo menos uma aula noturna, pois, quando obrigatório, o aparelho substituía as aulas noturnas. O gerente de autoescola José Melo vê a situação como negativa. “Nós temos clientes que podem fazer as aulas práticas durante o dia, mas alguns conseguem apenas à noite. Então terei que encaixar esses dois alunos em aulas noturnas. Isso acaba encarecendo o valor, porque os centros terão de contratar mais instrutores para suprir a demanda”.

Contudo, em consequência à ordem aprovada pelo Contran, o número de horas/aulas obrigatórias cai de 25 para 20 horas, e volta para a mesma carga horária de antes de o simulador ter sido adotado.

Futuro dos simuladores

A autoescola em que José Melo é gerente comprou, em conjunto com outros CFCs, seis simuladores de direção. De acordo com ele, metade dos aparelhos ficará no local para eventuais alunos que optarem pelo uso do simulador, e os outros três estão com futuro indefinido.

Usar ou não usar?

“Nós vamos aconselhar a quem nunca dirigiu carro que não faça o simulador e que vá direto para o carro”, afirma o vice-presidente da Associação das Autoescolas do Paraná, Claudeir Santos.

Conselho que a estudante Natália Schandeski, 18 anos, não seguirá: “Eu penso em fazer a carteira em breve, mas farei o simulador, porque não tenho tanta experiência com o carro e acredito que facilita para aprender”.