Variedades

Mil quilômetros de praias de água doce enriquecem turismo do Paraná

O circuito de água doce é prioritário para o desenvolvimento do turismo

Rio Paraná. Porto Rico,  Foto: Jaelson Lucas / ANPr
Rio Paraná. Porto Rico, Foto: Jaelson Lucas / ANPr

Numa das pontas, o projeto Angra Doce e suas dezenas de ilhas, prainhas e cachoeiras; na outra, nada menos que as Cataratas do Iguaçu e o Lago de Itaipu. No meio, tanta água e tantas atrações aquáticas que são capazes de fazer inveja aos mais belos e disputados litorais do país.

É verdade que o Paraná tem o menor litoral entre os estados da costa brasileira. Em compensação, tem uma extensão de mais de mil quilômetros de rios contínuos que marcam a divisa do estado com São Paulo, ao Norte; a divisa com o Mato Grosso do Sul no Noroeste, e a fronteira com o Paraguai, a Oeste.

De uma ponta a outra, os rios Paranapanema e Paraná desenham os contornos do estado somando incontáveis praias de água doce em margens aumentadas pelos imensos lagos das usinas Chavantes, Capivara, Taquaruçu, Rosana e Itaipu. É espaço para praias, banhos, esportes aquáticos, cachoeiras, matas, resorts e diversão. E muito investimento numa atividade sustentável, que contribui para a preservação ambiental.

“O circuito de água doce é prioritário para o desenvolvimento do turismo”, explica o diretor-presidente da Paraná Turismo, João Jacob Mehl, ao falar dos planos da atual administração para melhorar a infraestrutura e incentivar novos empreendimentos. A ideia, segundo ele, é desenvolver o turismo como uma opção econômica, com a geração de empregos e renda, e melhoria da qualidade de vida da população.

PORTO RICO – A enorme extensão de rios é como se fosse um litoral interno, sem nada a dever aos prazeres proporcionados pelas águas salgadas dos oceanos. Praticamente no meio desses mil quilômetros está o município de Porto Rico, hoje talvez tão conhecido pelos veranistas paranaenses como as praias de Guaratuba e Caiobá.

PORTO SÃO JOSÉ – Outro polo turístico que chama a atenção é o Porto São José, distrito de São Pedro do Paraná. Por lá, o destaque é a festa do padroeiro, com missa no deslumbrante cenário à beira-rio; e concursos de pesca, como o que acontece no começo de maio para comemorar a Festa do Jaú.

RIBEIRÃO CLARO – Os recantos de lazer e condomínios se sucedem ao longo dos rios Paranapanema e Paraná, onde às vezes acontecem procissões de barcos e chalanas, que se movem entre as dezenas de ilhas. Nas margens, fazendas, plantações, pousadas rústicas e a vida bucólica de pequenas cidades – elas têm em média de dois a três mil habitantes.

No extremo Leste deste corredor de águas que desenha as divisas do Paraná, fica o município de Ribeirão Claro, ponto de chegada para quem quer conhecer o projeto Angra Doce – uma infinidade de água, cascatas e praias ao redor do lago da represa de Chavantes.

EMPREGO E RENDA – O município integra um projeto maior, com outras quatro cidades paranaenses e dez paulistas. O projeto é um esforço dos governos dos dois estados para promover a recuperação econômica da região (Norte Pioneiro, no caso do Paraná), por meio do estímulo e da promoção do turismo sustentável. O objetivo, como explica o presidente da Paraná Turismo, é elevar o índice de desenvolvimento, com a atração de investimentos para geração de empregos e mais qualidade de vida.

O lago da Usina Hidrelétrica de Chavantes fica na confluência dos rios Paranapanema e Itararé, e recebeu o nome de Angra Doce por causa das incontáveis baías e ilhas que lembram Angra dos Reis, no Litoral fluminense.

O projeto tem apoio do Programa Cidades do Pacto Global das Nações Unidas e tem perfil mais que propício para a prática de esportes, rafting, canoagem, trekking, asa delta, parapente, equitação e pesca esportiva. Além disso, são inúmeras as cachoeiras, trilhas, praias artificiais e lugares históricos, como a ponte pênsil Alves de Lima, que foi destruída durante a Revolução Constitucionalista de 1932 e reconstruída quatro anos mais tarde.

No outro extremo estão Guaíra, Foz do Iguaçu e Itaipu
No outro extremo, no lado Oeste do mapa, um pouco antes de chegar a Foz do Iguaçu, mas já às margens do Lago de Itaipu, está Guaíra, cercada também pelo Rio Paraná num trecho que recebe o pomposo título de “maior arquipélago da América do Sul”. Os títulos não param por aí – a região é chamada de portal do Pantanal Paranaense, um importante corredor da biodiversidade, onde estão pelo menos 200 ilhas e uma riquíssima fauna.

Entre Guaíra e Foz do Iguaçu, o reservatório de Itaipu, com 170 quilômetros de extensão, banha 16 municípios – 15 no Paraná e um do Mato Grosso do Sul e oferece uma infindável lista de atrações aquáticas.

Em Guaíra, um museu e uma igreja guardam lembranças das Sete Quedas alagadas para dar lugar à Usina de Itaipu – no museu estão animais capturados na região, arte indígena e objetos que marcaram a passagem de espanhóis e portugueses; já a Igreja de Pedra Nuestro Señor del Perdón foi erguida com pedras encaixadas retiradas das quedas antes do alagamento.

Por ali também pode ser visitado o Cruzeiro das Américas, datado de 1556, talvez a marca mais antiga da presença dos espanhóis em terras brasileiras. O cruzeiro fica junto ao Centro Náutico Marinas, uma área de lazer em forma de aldeia que oferece atividades culturais, esportivas e de lazer, base náutica e sete pavilhões para eventos, entre eles a Festa das Nações, o mais tradicional do município.

Destino turístico do Paraná mais visitado por estrangeiros, Foz do Iguaçu, tem nas Cataratas do Iguaçu seu principal atrativo – 275 quedas d’água que se estendem por quase cinco quilômetros do Rio Iguaçu. Foz abriga também a Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo em geração de energia, o Parque das Aves e o Marco das 3 Fronteiras, na fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina.