Cotidiano

Mês de conscientização sobre a asma

Três pessoas morrem de asma por dia no Brasil. São mais de 100 mil internações por ano, a quarta causa mais frequente de hospitalizações no SUS (Sistema Único de Saúde). Estima-se que 20 milhões de brasileiros convivam com a doença, metade deles sem saber. Chamando atenção para esse problema de saúde pública, a primeira terça-feira de maio, que celebra o Dia Mundial da Asma, deu início ao mês para a conscientização da doença, que visa gerar conhecimento sobre causas e sintomas, aumentar o número de diagnósticos e tratamento adequado, com consequente ganho em qualidade de vida para os pacientes e redução do número de óbitos.

Considerada uma doença crônica, de gravidade variável e alta prevalência, a asma é resultado da inflamação dos brônquios, que são as estruturas que levam o ar para o pulmão. Por causa do processo inflamatório, a passagem de ar é obstruída, o que acarreta em quadros de chiado no peito, falta de ar, tosse e sensação de aperto no peito.

“É muito importante que o paciente conheça sua doença e seus sintomas, e divida esse conhecimento com as pessoas que convivem com ele. Dessa forma, todos ajudam a diminuir o sofrimento. O apoio, o estímulo e o incentivo da família são fundamentais para a manutenção do tratamento, evitando riscos desnecessários e perdas na qualidade de vida¹”, explica o

Crises e gatilhos mais comuns

A asma é uma doença hereditária e, na maioria das vezes, de ordem alérgica, ou seja, é desencadeada por substâncias causadoras de alergia ao paciente. Os mais comuns são ácaros, mofo, pelos de animais, tabaco, pólem e poluição ambiental, mas alimentos, corantes, conservantes, medicamentos e variações bruscas de temperatura também podem desencadear o problema.

Mesmo em tratamento e com controle da doença, o paciente não está livre de ter uma crise. “Crise é a situação onde os sintomas se tornam mais fortes e agudos. Muita falta de ar e chiado, além de fortes apertos no peito caracterizam essa fase. É importante saber a gravidade da crise e entender quando se está em risco. Se os sintomas persistem por longo período e não regridem com uso de medicação, é hora de procurar atendimento médico”, esclarece o pneumologista Rafael Stelmach.

Prevenir é o melhor remédio

Embora não exista cura para a asma, existem tratamentos para o controle da doença e para o resgate de crises que trazem qualidade de vida e permitem ao paciente manter uma rotina normal, incluindo até mesmo a prática de atividades físicas.

As medicações controladoras diminuem o risco de crises de asma e seu uso correto reduz muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio futuramente. “Por ser uma doença inflamatória e crônica, a chave para o controle das crises de asma está em diminuir a inflamação. Assim, é possível ter uma vida normal e melhor”, completa o pneumologista Rafael Stelmach.