Cotidiano

Menos crise, menos processos

O Fórum Trabalhista de Cascavel recebe todos os anos em torno de oito mil novas ações, distribuídas entre as quatro varas da Justiça do Trabalho. Cada uma delas é responsável por dois mil processos.

Neste ano, no entanto, houve um decréscimo de 10% no recebimento de ações. “A razão disso é que passamos o momento mais agudo da crise financeira, diferente de 2015 e 2016. A partir do momento que a economia melhora, que o nível de empregabilidade aumenta, consequentemente o número de ações reduz. É algo sintomático”, explica o diretor do Fórum Trabalhista de Cascavel e juiz titular da 4ª Vara da Justiça do Trabalho, Marcos Blanco.

Embora muitos ainda reclamem da crise, a redução, mesmo que tímida, tem provocado mudanças no comportamento dos trabalhadores. Cleonice Aparecida Alves trabalhou como cozinheira em uma residência e depois de três anos foi demitida. “Fiquei desempregada quase um ano e meio, já tinha acabado meu seguro-desemprego e pensei em entrar na justiça, pois fazia muita hora extra e não era sempre que recebia. Mas não precisei porque consegui um trabalho numa outra casa e com carteira assinada”, conta.

Se isso é uma reação às reformas trabalhistas, o magistrado lembra que ainda é muito cedo para este tipo de estatística e que só se terá um panorama real a partir do fim do ano que vem.

 

Tempo das ações

O tempo de cada processo é bastante relativo e precisa ser avaliado individualmente. “É preciso analisar o que está sendo pedido, quais provas serão produzidas, se haverá produção de prova pericial, se terá que expedir carta precatória para ouvir testemunhas em outros locais. Um processo que tramite só aqui em Cascavel, na 4ª Vara da Justiça do Trabalho, por exemplo, que seja simples, sem a necessidade de perícias e provas mais elaboradas, demora quatro meses em média para uma sentença”, relata Blanco.