Cotidiano

Mais mudanças na Brasil

O futuro projetado pelas grandes metrópoles estabelece espaços públicos mais convidativos aos pedestres, desestimulando cada vez mais o uso de veículos particulares. Cascavel segue os mesmos passos: tanto que ontem o Concidade (Conselho Municipal da Cidade) recebeu a prévia de um projeto elaborado pelo IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel) que promete mudanças na Avenida Brasil – e muitas divergências, pelo conservadorismo quando se trata de intervenções urbanas.

A proposta é liberar a implantação de parklets: estruturas atreladas as guias das calçadas, ocupando de uma até duas vagas de veículos para criar espaços para lazer – que antes só tinham como função ser estacionamento.

A ideia dos californianos, mais precisamente em San Francisco, deve ser implantada na “calorosa” Cascavel, mas não é uma novidade: São Paulo, Curitiba e até cidades de menor porte, como Francisco Beltrão, já se renderam a essa ampliação de espaços para o bem-estar das pessoas.

O projeto

Empresas interessadas em construir esses espaços farão o projeto que dependerá de uma avaliação composta por membros da Companhia de Trânsito, da Secretaria de Obras, do IPC, do Meio Ambiente e do Concidade.

Todos os aspetos terão de ser avaliados antes da instalação, como impactos no trânsito, mobilidade urbana e paisagismo. “São espaços com potenciais que hoje não são explorados: para convivência e interação entre os moradores”, explica a arquiteta Janeceli Caetano da Silva, que toma a frente do projeto.

Para implantação, a proposta será apreciada por meio de audiências públicas – depois será publicado o decreto instituindo as regras. Os parklets poderão ocupar de uma a duas vagas de veículos, a 15 metros das esquinas, 80 metros de distância entre outra instalação. Os custos de manutenção ficarão sob a responsabilidade de quem instalar o parklet, que poderá permanecer no local de seis meses até dois anos no máximo. O uso do espaço para propagandas será vedado: haverá permissão apenas de uma placa identificando a empresa ou o morador que decidiu implantar o equipamento.