Saúde

Mais da metade dos 22,9 mi de testes não têm data para chegar

Na prática, o ministério recebeu apenas 9,9% dessa parcela de testes com entrega programada

Mais da metade dos 22,9 mi de testes não têm data para chegar

Brasília – A crise no fornecimento de testes para checar as contaminações pelo novo coronavírus preocupa. O planejamento do Ministério da Saúde (MS) conta com 22,9 milhões de testes – adquiridos e doados -, incluindo os testes moleculares, que são mais precisos no resultado, e os testes rápidos (sorológicos). Ocorre que, até agora, só há previsão de entrega para 9,183 milhões. Para as demais 13,7 milhões de unidades, o prazo é uma incógnita.

A informação é da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

O boletim da covid-19 dessa quinta-feira informa ainda que apenas 904.872 unidades já foram entregues, sendo 500 mil unidades do teste rápido e 404.872 unidades do teste molecular, também conhecido pela sigla RT-PCR. A remessa integral só deve ser concluída no fim de julho.

Na prática, o ministério recebeu apenas 9,9% dessa parcela de testes com entrega programada. Em abril, a previsão é de que mais 525 mil testes moleculares serão entregues. Três remessas de 1 milhão de testes cada estão programadas para maio, junho e julho.

O Ministério da Saúde já detectou “limitações importantes” nos 500 mil testes rápidos doados pela mineradora Vale, fabricados na China, e pediu cautela a gestores do SUS ao aplicar o produto. A desconfiança do governo federal surgiu após análise de qualidade de um laboratório privado, feita a pedido da pasta, apontar 75% de chance de erro em resultados negativos para o novo coronavírus.

O percentual de erro cai para 14% em exames positivos, ou seja, que apontam a infecção, mas mesmo assim o governo sugeriu que o produto seja aplicado apenas em pessoas que apresentam sintomas da covid-19 há ao menos sete dias para evitar diagnóstico falso.