Cotidiano

Líderes comandavam tráfico de dentro da cadeia pública

Palotina – Membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foram alvos de uma operação realizada ontem pela Promotoria de Justiça de Palotina com apoio da Polícia Militar. Eles são acusados de comandar o tráfico de drogas, especialmente cocaína, de dentro da prisão.

Foram expedidos 20 mandados de prisão, cinco deles contra pessoas que já estão detidas na cadeia pública de Palotina. Os outros 15 foram presos ontem no Município, sendo dois em flagrante. Foram cumpridos também 17 mandados de busca e apreensão em Palotina e em um Terra Roxa.

Todos os envolvidos foram identificados como membros do PCC, inclusive com nome de batismo, os quais davam as ordens de como as drogas seriam estocadas e como e para quem seriam vendidas. As ordens eram dadas durante as visitas ou por meio de uso de celular dentro da cadeia.

“Nos quatro meses de investigação identificamos oito líderes que usavam namoradas, mães e outros familiares para fazer essa rede de tráfico de drogas. Várias mulheres foram flagradas tentando entrar na cadeia pública com drogas”, conta o promotor de Justiça de Palotina, Francisco de Carvalho.

Durante os quatro meses de investigação foram apreendidas mais de 100 pedras de crack e uma grande quantidade de cocaína. A Promotoria ainda contabiliza quanto a quadrilha movimentou em dinheiro nesse período. Durante a operação deflagrada ontem, foram apreendidos R$ 16 mil em dinheiro, notebooks, celulares e drogas (maconha e cocaína).

Além de tráfico de drogas, os integrantes da quadrilha são acusados de roubos e furtos. “Ainda há mais pessoas envolvidas nesse grupo criminoso, contra as quais ainda vamos expedir mandados de prisão”, adianta o promotor.

Superlotação

Apesar do risco à sociedade, os presos identificados na operação vão continuar detidos na cadeia pública de Palotina. A Promotoria já pediu a interdição do local devido à precariedade das instalações, mas ainda não houve resposta da Justiça.

O espaço tem capacidade para 16 presos. Metade da cadeia está interditada e na outra metade ficam amontoados 30 detentos. “Apreendemos celulares, drogas e algumas armas artesanais fabricadas dentro da cadeia que eles estavam usando para quebrar as paredes. A cadeia fica do lado de uma escola em Palotina. Esses presos são um risco para a sociedade”, lamentou o promotor Francisco de Carvalho.