Saúde

Ineficácia da máscara de tecido

A máscara deve ser confeccionada de material não tecido, possuir uma camada interna e outra externa com um elemento filtrante

Ineficácia da máscara de tecido

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) alerta a população sobre o uso de máscaras para prevenir o contágio do coronavírus, especialmente as confeccionadas em tecido, que podem estar sendo comercializadas de maneira informal. Instrução normativa da Secretaria de Estado da Saúde estabelece que máscaras de tecido – como as utilizadas em frigoríficos e outras indústrias – não são recomendadas “sob qualquer circunstância” para prevenção ao Covid-19.

Segundo a normativa, para proteção de gotículas – forma de contágio do coronavírus – são recomendadas as máscaras cirúrgicas, “que devem ser utilizadas para evitar a contaminação da boca e nariz do profissional de saúde, a uma distância inferior a dois metros do paciente suspeito ou confirmado de infecção”, explica a farmacêutica Renata Pitito, da Secretaria Municipal de Saúde.

Para ter eficácia, a máscara deve ser confeccionada de material não tecido, possuir uma camada interna e outra externa com um elemento filtrante. A camada externa e o elemento filtrante devem ser resistentes à penetração de fluidos transportados pelo ar (repelência). O material deve possuir eficiência de filtragem de partículas (EFP) maior que 98% e eficiência de filtragem bacteriológica (BFE) acima de 95%.

“A máscara deve cobrir toda a área do nariz e boca, possuir clipe nasal de material maleável que permita ajuste ao contorno do nariz e das bochechas. Além dos profissionais de saúde, a máscara também é recomendada a pessoas com suspeita de coronavírus, para evitar possível contágio de pessoas próximas”, acrescenta a secretária municipal de Saúde, Cecília Cividini. A coordenadora de Vigilância em Saúde, Maristela de Azevedo Ribeiro, informou que a Covisa apura denúncia de venda deste tipo de máscara com indicação para coronavírus.

Em todo caso, a população precisa se cuidar. “As máscaras de tecido não são recomendadas em hipótese alguma para prevenção ao vírus. E pior, elas geram falsa sensação de segurança e levam as pessoas a relaxar nos cuidados obrigatórios para prevenir o contágio”, acrescentou a secretária, recomendando o isolamento social, a higienização constante das mãos e superfícies de contato constante com água e sabão ou álcool gel e a limpeza de casa com produtos a base de cloro.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou fabricação de máscaras em TNT (tecido não-tecido, obtido através de liga de fibras e um polímero) sem prévia autorização, porém é exigido laudo de eficiência e de filtragem bacteriana.