Saúde

Estado volta a registrar recorde de ocupação de UTIs

Vale lembrar que, desde 1º de março, o Estado abriu 551 UTIs pelo SUS para atender a sobrecarga

Estado volta a registrar recorde de ocupação de UTIs

 

Curitiba – Quinze dias após alcançar a marca de 15 mil mortes, o Paraná atingiu ontem outra marca trágica: 18.001 óbitos em decorrência da covid-19. A marca foi alcançada com novo recorde diário, com a confirmação de 433 mortes e 4.490 casos. Desde o início da pandemia, o Paraná já registrou 863.790 infectados.

Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, das vítimas, 211 são mulheres e 222 homens, com idades que variam de 18 a 102 anos. Os óbitos ocorreram de 13 de janeiro a 7 de abril de 2021.

O recorde acontece no mesmo dia em que voltou a crescer o número de casos ativos (231.953) e o de internados em UTIs registrou recorde, com 2.267 pacientes nesses leitos. No total, 5.199 pessoas ocupam leitos exclusivos para tratar covid-19 no Estado.

No Estado, a taxa de ocupação de UTIs se manteve em 96%, com 76 leitos “livres” dos 1.823 abertos no SUS. A situação mais crítica é da Macro-Oeste, onde a taxa voltou a 98%. Cascavel, por exemplo, voltou a bater a maior marca, com 110 internados em UTI, registro só alcançado em 30 de março.

Por outro lado, houve significativa queda na fila de espera por leitos. A demanda, que passou de 2 mil durante boa parte de março, ontem era de 420 pacientes, dos quais 280 aguardavam para ir para a UTI. Vale lembrar que, desde 1º de março, o Estado abriu 551 UTIs pelo SUS para atender a sobrecarga.

 

 

 

Paraná receberá mais 242.050 doses de vacinas

 

Após passar a semana toda sem conseguir imunizar a população por falta de vacina contra a covid-19, o Paraná receberá mais 242.050 doses, segundo o Departamento de Logística do Ministério da Saúde. São 127.250 imunizantes da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz e 114.800 da Coronavac/Butantan. A data do envio ainda não foi confirmada, mas a expectativa é receber a nova remessa entre hoje (8) e amanhã (9), o que dará continuidade no Plano Estadual de Vacinação contra a Covid-19.

As doses da AstraZeneca estão divididas em 70.338 para aplicar como primeira dose em idosos de 65 a 69 anos e 50.868 como segunda dose para os trabalhadores de saúde imunizados há algum tempo, fora a reserva técnica. O intervalo de aplicação desse imunizante é de três meses. Elas são parte de um lote de 2.407.750 para todo o País.

As doses do Butantan estão divididas entre 25.040 para idosos de 65 a 69 anos e 2.277 para profissionais de segurança pública (primeiras doses) e 70.715 para idosos entre 70 e 74 anos e 11.212 para trabalhadores da saúde (segundas doses), fora a reserva técnica. Elas são parte de um lote de 2.008.800 doses para todo o Brasil.

Será a 12ª remessa do governo federal ao Paraná. Com essas doses, serão quase 2,5 milhões de vacinas enviadas ao Estado. Segundo o Vacinômetro, 1.231.802 pessoas receberam as primeiras doses e 288.771 as segundas doses, o que representa 93,1% e 55% de eficácia na aplicação pelos municípios, respectivamente. O Paraná já imunizou com a primeira dose 11,7% da população.

O Estado começou a imunizar Idosos em Instituições de Longa Permanência, idosos acima de 60 anos, indígenas, quilombolas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência, forcas de segurança e salvamento e Forças Armadas. A ideia é completar o grupo prioritário, composto por 4,6 milhões de pessoas ainda no primeiro semestre.

MPs acionam União e Estado para cumprimento de plano nacional

Curitiba – Os Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual (MPPR) ajuizaram ação civil pública, com pedido de tutela de urgência, contra a União e o Estado do Paraná a fim de garantir que efetivamente sejam seguidas as categorias de prioridade de vacinação contra covid-19 previstas na edição mais recente, a 5ª, do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a doença.

Os MPs também pedem que as rés não realizem alterações de categorias prioritárias previstas nesse plano, além de cumprir e fiscalizar a prioridade de vacinação garantida ao idoso e às pessoas com deficiência, conforme previsto em seus respectivos estatutos, e com prioridade absoluta em relação a outras categorias, notadamente forças policiais (Policiais Militares, Civis, Federais etc), membros das Forças Armadas e professores do ensino público e privado.

Na ação, os MPs explicam que o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 fixou critérios para definição dos grupos prioritários para vacinação. Esses critérios consideram a necessidade de preservação do funcionamento dos serviços de saúde; a proteção dos indivíduos com maior risco de desenvolver formas graves da doença; a proteção dos demais indivíduos vulneráveis aos maiores impactos da pandemia; e a preservação do funcionamento dos serviços essenciais.

Ocorre que a Nota Técnica 297/2021-CGPNI/DEIDT/SVS/MS, de 31/03/2021, do Ministério da Saúde, autorizou a imediata vacinação dos profissionais das polícias e Forças Armadas incluídos na categoria ampla de profissionais de saúde que atuam diretamente na epidemia (trabalhadores envolvidos no atendimento e transporte de pacientes, em resgates e atendimento pré-hospitalar e os que trabalham nas ações de vacinação contra a covid-19).

Os MPs alertam que, entre os “trabalhadores envolvidos nas ações de vigilância das medidas de distanciamento social, com contato direto e constante com o público independente da categoria”, pode ser classificada quase que a totalidade das forças policiais, as quais, sem prejuízo de suas atribuições na segurança pública, estão sendo utilizadas no controle do distanciamento social. Assim, o Estado do Paraná passou a vacinar policiais de forma ampla e irrestrita “em prejuízo das demais categorias que ainda não foram contempladas. Da mesma forma os municípios iniciaram a vacinação dos policiais”.

Na ação, os MPs destacam que não é objeto de questionamento a relevância e a essencialidade dos serviços de segurança pública, das Forças Armadas e do setor educacional. “Porém, não se pode permitir que tais categorias sejam vacinadas prioritariamente em prejuízo dos idosos e dos deficientes físicos, os quais têm assegurado por lei prioridade ao direito à vida e à saúde e, além disso, possuem índice de mortalidade muito superior às categorias que se pretende vacinar antecipadamente (no caso dos idosos)”.

Conforme levantamento que embasa a ação, 1.243.217 pessoas, dos grupos prioritários, com alto risco de morte por covid-19, estão tendo sua prioridade de vacinação violada no Paraná, sendo muito maior esse contingente em âmbito nacional.

Dos 321.432 idosos de 70 a 74 anos, apenas 283.166 foram vacinados; dos 439.203 de 65 a 69 anos, apenas 186.805 foram vacinados; dos 554.705 idosos de 60 a 64 anos (apenas 2.834) e dos 400.682 deficientes permanentes graves, nenhum foi vacinado.

“Ora, neste contexto de falta sistêmica de vacinas, a priorização de categorias em detrimento dos idosos e deficientes não implica em atraso de poucos dias ou uma ou duas semanas na vacinação destes, podendo implicar na morte de pessoas dessas categorias”, afirmam os MPs na ação.