Agronegócio

Entidades pedem mais agilidade nas perícias e ‘liberação’ para o milho

O próximo passo é a oficialização dos pedidos para que o Banco do Brasil leve a pauta para as esferas superiores

Colheita de milho, colheita de grãos
Colheita de milho, colheita de grãos

Cascavel – A situação das lavouras paranaenses é bastante crítica. Devido à estiagem, produtores rurais assegurados certamente acionarão perícias às seguradoras para remediar as perdas obtidas. Por conta disso, Sindicato Rural de Cascavel e Apepa (Associação Paranaense de Planejamento Agropecuário) reuniram-se ontem (30) com representantes do Banco do Brasil para pedir agilidade nos processos.

O sindicato foi representado pelo presidente Paulo Orso e a Apepa pelo presidente Daniel Galafassi. Grande parte dos seguros agrícolas realizados na região são feitos pela BrasilSeg, um braço do Banco do Brasil. “Por isso nos reunimos com o banco para pedir agilidade nos processos. Eu fiz um levantamento com colegas nas regiões mais afetadas pela estiagem, que são os municípios lindeiros ao Lago de Itaipu, e lá pelo menos 90% dos produtores vão acionar o seguro. Por isso, esse trabalho vai acumular muito e precisamos de mais peritos”, alertou Galafassi.

Em Cascavel, de acordo com ele, a estimativa é que pelo menos 50% dos produtores também acionem o seguro. Além disso, Orso e Galafassi pediram a liberação das áreas de milho para colheita e produção de silagem. “Como já está praticamente tudo perdido, solicitamos à seguradora que libere essas áreas para colheita. A ideia é que isso amenize um pouco os prejuízos dos pecuaristas, tanto de leite como de corte, porque com a estiagem o pasto não brotou”, comentou Orso.

O próximo passo é a oficialização dos pedidos para que o Banco do Brasil leve a pauta para as esferas superiores.

 

Prejuízos

Matéria produzida pelo O Paraná na semana passada revelou que na região de Cascavel, a queda de produtividade do milho já somava 32% e da soja pelo menos 12%, o que representa prejuízos de cerca de R$ 1,7 bilhão na soma das duas culturas.  Segundo o economista do Deral em Curitiba, Marcelo Garrido, fazendo um cálculo por sacas, um hectare de milho que tinha a expectativa inicial de produzir 150 sacas já caiu para 90 sacas, e de soja de 66 para 46 sacas, isso em Cascavel. A queda é maior em comparação ao geral do Estado, que aponta perda um pouco menor, no milho de 159 para 141 sacas e da soja de 62 para 54.

Garrido explicou que a perda maior na região de Cascavel e de toda a região Oeste, se deve a antecipação do plantio no campo.

 

Em Maripá

Em nota distribuída ontem, o município de Maripá informou que a administração municipal já iniciou os procedimentos junto aos órgãos competentes para o reconhecimento da Situação de Emergência no Município em decorrência da prolongada estiagem. E reforçou que o decreto “dá suporte aos produtores na renegociação de dívidas e do seguro agrícola em razão das perdas causadas pela falta de chuva”.

Além de Maripá, outros municípios do Oeste seguem o mesmo caminho, como Toledo. Em Cascavel, decreto editado em agosto já dá esse suporte aos produtores rurais.

 

Foto: Assessoria/Maripá