Economia

Em ritmo acelerado: Região comercializa em 8 meses o total de 2018

Na comparação do acumulado de oito meses entre os dois anos, as exportações registram alta de 48%

Foto: Cláudio Neves/APPA
Foto: Cláudio Neves/APPA

Reportagem: Juliet Manfrin

Toledo – Os sete municípios que mais exportam no oeste do Paraná e que respondem por 95% das transações regionais comercializaram para outros países de janeiro a agosto de 2019 quase US$ 1,6 bilhão. O valor é praticamente o total registrado em 2018, quando as exportações somaram US$ 1,655 bilhão em todo o ano. O saldo comercial também é parecido: US$ 1,2 bilhão neste ano, e um total de US$ 1,277 bilhão em 2018.

Na comparação do acumulado de oito meses entre os dois anos, as exportações registram alta de 48%.

Nesse ritmo, as vendas ao exterior devem confirmar as estimativas do especialista de mercado e agrônomo José Augusto de Souza: mais de US$ 2 bilhões em 2019.

Com esses números, puxados pela comercialização de carnes (que juntas representam quase 70% das embarcações regionais), o oeste concentra pouco mais de um terço de todo o saldo da balança comercial paranaense, que totaliza US$ 3,543 bilhões, e 4% da balança brasileira, de US$ 31,5 bilhões.

No mesmo período do ano passado, o oeste tinha participação de 3% nacional e 30% estadual. “Essa participação do oeste se acentua porque as carnes têm mercado certo e em expansão. É no oeste que estão as principais plantas industriais de abate de aves e suínos, portanto, daqui saem volumes crescentes desses produtos”, destaca o economista Marcelo Dias.

Já em 2017, a região respondia por apenas 11% das exportações estaduais e 1% das nacionais. Aqui eram quase US$ 653 milhões, contra US$ 5,745 bilhões no Paraná e US$ 48,1 bilhões no Brasil. “Durante esse período tivemos algumas mudanças no percurso. Os problemas com a Vale, que influenciaram na queda das exportações no cenário brasileiro, em contrapartida tivemos ótimas safras de grãos no Paraná, os problemas sanitários na China, além da guerra comercial entre chineses e norte-americanos”, seguiu o economista.

Toledo se mantém líder nas exportações, com US$ 396 milhões já vendidos neste ano. Há um ano, ele era o quinto no oeste, com US$ 119 milhões exportados. A soja é responsável por mais da metade de todas as vendas feitas por empresas de Toledo.

Veja a tabela completa: Exportações regionais de janeiro a agosto dos últimos 5 anos – valores em US$

Mês a mês

As exportações em agosto cresceram menos que janeiro e fevereiro deste ano. “Isso se refere à sazonalidade. O forte da safra de grãos já havia sido exportado e o que está estocado aguarda preços melhores. Essa é uma tendência para o período em todos os anos e, mesmo assim, vendemos mais neste ano”, explica Marcelo Dias.

Mês passado, o oeste exportou US$ 158,7 milhões, 50% a mais que agosto de 2018 (US$ 105,8 milhões).

As importações

O oeste também está comprando mais em 2019: as importações são 19% maiores que as feitas ano passado. De janeiro a agosto de 2018 foram importados US$ 318 milhões em produtos de outros países, agora foram US$ 375 milhões. O valor é praticamente o mesmo registrado em 2016 (importações de US$ 374,7 milhões). Em 2017, foram importados US$ 330 milhões. “Essa aquisição está diretamente associada à compra de matéria-prima para adubos, fertilizantes e rações que dependemos de fora porque não se produz aqui. O que influenciou isso foi o dólar mais caro, porque, se essa é uma condição que favorece as exportações, ela impacta negativamente nas importações, elevando o custo dos produtos”, completou o economista Marcelo Dias.

Veja o total de importações.