Cotidiano

Em resposta a Dilma, Renan diz que Senado vai cumprir seu papel com equilíbrio

2016 931885711-201608161346102500.jpg_20160816.jpgBRASÍLIA ? O presidente do Senado, Renan Calheiros, um dos principais aliados da presidente afastada, Dilma Rousseff, durante os últimos meses dela na Presidência, foi um dos primeiros a comentar a carta divulgada por ela nesta terça-feira. Sobre o pedido de Dilma, para que os senadores não a condenem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o Senado cumpriria seu papel com ?equilíbrio?.

? Nesse momento de conflagração nacional, o Senado vai cumprir seu papel constitucional, não tenho a menor dúvida, com equilíbrio ? disse Renan.

Questionado se o apelo de Dilma poderia virar votos, Renan tergiversou.

? O Senado vai cumprir seu papel com equilíbrio e isenção ? completou Renan.

Em um pronunciamento de 13 minutos, no qual leu a íntegra da carta, Dilma disse que mantém a esperança de voltar à Presidência, reafirmou que é inocente e defendeu um plebiscito para a convocação de novas eleições e de uma reforma política.

Mais uma vez, a presidente afastada afirmou que um eventual impeachment de seu mandato seria um golpe. A petista, que falou no Palácio da Alvorada acompanhada de cinco ex-ministros, disse que nesse período, enquanto lutava contra sua deposição, ouviu críticas à sua gestão, bem como elogios, os quais escutou com ?humildade?. Para ela, num regime presidencialista não se pode derrubar o chefe de Estado pelo ?conjunto da obra?.

? Não é legitimo afastar o presidente pelo conjunto da obra, quem pode fazer isso é só o povo brasileiro. Por isso, se consumado o impeachment, teríamos um golpe de Estado. Seria um inequívoco golpe, seguido de eleição indireta ? disse Dilma em sua carta.

Pela manhã, Renan já havia criticado a ideia de realização do plebiscito.

? Na democracia, a melhor saída sempre é a saída constitucional, e plebiscito e novas eleições não estão previstos na Constituição. Então, isso não é bom ? disse.

O julgamento final do impeachment será dia 25 de agosto, às 9h. A previsão no Senado é que dure de três a quatro dias. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, avisou aos senadores que quer impor o mesmo calendário de trabalho do STF, ou seja, sem entrar pelas madrugadas. Ele também não quer trabalhar nos finais de semana. Mas Renan Calheiros defende que o julgamento não seja interrompido.