Economia

Efeitos da pandemia: com PIB de -6,25%, Paraná só retoma crescimento em 2022

A situação causada pela pandemia da covid-19 tem reflexo direto nas receitas do Estado

Foto: Arnaldo Alves / AENotícias.
Curitiba, 07-07-2011.
Foto: Arnaldo Alves / AENotícias. Curitiba, 07-07-2011.

Curitiba – O boletim conjuntural elaborado pelas Secretarias de Planejamento e Projetos Estruturantes e da Fazenda divulgado nessa quinta-feira (4) amplia o “tombo” que a economia paranaense deve ter neste ano, em função da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. As previsões de fevereiro eram de crescimento de 2,3%, e as feitas no dia 29 de maio apontam para queda de 6,25% no ano. Para 2021, cuja expectativa era crescer 2,5% (em uma economia aquecida), agora os economistas do Estado preveem crescimento de 3,5%, mas sobre o catastrófico ano de 2020, ou seja, o PIB deve ser inferior a 2019. A previsão é de apenas em 2022 o Paraná voltar aos níveis pré-pandemia.

A situação causada pela pandemia da covid-19 tem reflexo direto nas receitas do Estado. Somente em maio, houve perda de R$ 853 milhões na arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em relação ao valor previsto na Lei Orçamentária Anual.

A queda de arrecadação atingiu as nove principais atividades econômicas do Estado no mês passado. No setor de combustíveis a receita caiu 60,8%, seguido do comércio varejista (-32,8%), bebidas (-28,7%) e da indústria (-22,3%).

Segundo o boletim conjuntural, a redução da atividade produtiva, embora mais aguda no segundo trimestre do ano, deve afetar o desempenho econômico do Estado até o fim de 2020.

A projeção é de resultados negativos no terceiro trimestre (-8,9% em relação à previsão inicial) e no quarto trimestre (-6%). As expectativas de mercado apontam que apenas em 2022 deve ser observado o mesmo nível de produção e renda de 2019.

Variação percentual contra igual período do ano anterior

94% das empresas estão em atividade

 

O boletim estadual aponta que 94% das empresas paranaenses estavam em atividade na última semana de maio. A avaliação tem como base a emissão de notas fiscais eletrônicas. Por esse parâmetro, apenas 1,4 mil estabelecimentos que operam no Simples Nacional e 900 do Regime Normal ainda estavam fechados no dia 29 do mês passado.

A análise revela que, apesar da retomada das atividades, o volume de negócios está abaixo do padrão normal.

Em Cascavel, o índice chegou a 96% de empresas abertas, em Toledo, de 97%, e Foz do Iguaçu teve um dos menores percentuais do Estado, de 86%,

O boletim revela que as vendas do comércio ainda estão abaixo do padrão normal para os meses de abril e maio, mas alguns setores tiveram recuperação segundo a análise da última semana de maio. É o caso do setor automotivo, que dobrou o volume de negócios em relação à semana anterior e teve pico de vendas em comparação com meados de março.

Vestuário e acessórios, bem como o segmento de calçados, que atingiram patamares próximos à normalidade entre 4 a 10 de maio, por conta do Dia das Mães, mantiveram o ritmo positivo no final do mês, principalmente em decorrência da abertura de centros comerciais em algumas cidades.

O fim de maio também registrou evolução na movimentação em restaurantes e lanchonetes, mas esses segmentos ainda estão 46% abaixo do nível do início de março.

O comércio atacadista do Paraná, influenciado pelo segmento de combustíveis, registrou queda de 2,4% do valor médio diário das emissões de nota fiscal eletrônica em maio na comparação a abril. O comércio varejista, com o reflexo da gradual abertura de atividades, contabilizou elevação de 11,2%, apesar de operar em um nível equivalente a 83,6% do patamar pré-pandemia.

A indústria de alimentos não exibiu oscilação significativa de abril para maio.

O boletim desta semana aponta que houve aumento nas exportações de alimentos devido principalmente ao comportamento do câmbio. Porém, houve queda das exportações de produtos industrializados por conta da diminuição da demanda no período da pandemia.

Clique aqui e confira o boletim completo dos efeitos da pandemia na economia do Paraná.