Saúde

Doença de Parkinson: quanto antes tratar, melhor

O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para conter o agravamento dos seus sintomas

Doença de Parkinson: quanto antes tratar, melhor

Neste 11 de abril é celebrado o Dia Mundial do Mal de Parkinson, doença que atinge a mais de 200 mil pessoas no Brasil, gerando grande incapacidade funcional à medida do processo de sua progressão. Por ser ainda uma patologia sem cura, o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para conter o agravamento dos seus sintomas, que vão além dos tremores e da espasticidade (rigidez muscular).

“A doença se desenvolve a partir da degeneração dos neurônios produtores de dopamina numa região do cérebro conhecida como substância negra, responsável pelo funcionamento de diversas funções de nosso organismo. Por esse motivo, além dos já conhecidos sintomas ligados aos movimentos de membros superiores e inferiores (tremor e rigidez), também ocorre a perda da coordenação motora fina, mais perceptível no início por mudanças da escrita, alterações da fala, com queda de potência vocal, disfagia e dificuldade para deglutição, e ainda problemas de marcha e equilíbrio, com caminhar mais instável e inseguro”, explica o neurocirurgião funcional, mestre e doutor pela Unifesp Claudio Fernandes Corrêa.

O conjunto de sintomas indica que o tratamento da doença de Parkinson precisa compreender a reunião de diversos especialistas conectados com o médico de base, o neurologista. Entre algumas das especialidades importantes nessa integração estão a fisiatria e a fisioterapia, atuando para a manutenção da mobilidade do paciente; a fonoaudiologia, trabalhando as funções da mastigação e fala; e a psiquiatria e psicologia, fornecendo suporte emocional para quadros de depressão, presente em aproximadamente 30% dos pacientes, que contribuem para o isolamento social.

Quando as terapias convencionais já não apresentam resultados satisfatórios, o procedimento cirúrgico de Estimulação Cerebral Profunda, tradução de Deep Brain Stimulation (DBS), se torna uma indicação para a redução dos movimentos involuntários e da rigidez, com grande resposta de melhora.

O procedimento é minimamente invasivo, realizado com o paciente acordado para que possa responder aos estímulos responsáveis pelo comprometimento dos movimentos. Ou seja, o resultado e melhora dos sintomas é conferido no ato da cirurgia.

“Não é um procedimento novo, mas evolui a cada ano em tecnologias de apoio, garantindo cada vez mais precisão de acesso ao alvo, bem como a qualidade dos equipamentos, incluindo durabilidade da bateria que suporta o funcionamento do eletrodo/estimulador cerebral”, explica Claudio, que já realizou o procedimento em centenas de pacientes.