Saúde

Dengue: Cascavel fecha o pior ano epidemiológico da história

No total, do começo de agosto do ano passado até fim de julho deste ano, foram confirmados 13.010 casos da doença e um total de 14 óbitos

Dengue: Cascavel fecha o pior ano epidemiológico da história

Cascavel – O setor de controle de endemias da Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel, emitiu ontem (3) o último boletim do atual ano epidemiológico da dengue, considerado o pior na história da cidade. No total, do começo de agosto do ano passado até fim de julho deste ano, foram confirmados 13.010 casos da doença e um total de 14 óbitos, deixando a cidade na liderança no Paraná.

De acordo com Ana Paula Barboza, coordenadora do setor de Endemias, alguns fatores contribuíram para atingir esse pico tão elevado que, na pior situação da doença, não chegou a atingir 2 mil casos, nos anos 2015 e 2016, quando teve a primeira morte confirmada por dengue em Cascavel. “Sentimos muita resistência na população em receber os agentes de endemias dentro de suas casas, com altos índices de recusa na primeira visita, com certeza, reflexo da pandemia”, constatou.

A coordenadora lembrou que outra surpresa foi que a situação piorou a partir do fim de janeiro, com um acúmulo maior de chuvas quando, mesmo com o trabalho dos agentes e as campanhas, os números continuaram subindo. No começo de abril, a cidade decretou pandemia da doença, seguindo a mesma situação do estado e, no mês seguinte, em maio, iniciou a aplicação do veneno para reduzir a quantidade de mosquito alado nos bairros com maior índice de infestação.

Segundo o boletim, o bairro com o maior número de casos foi o Interlagos com 1.002 registros, seguido pelo Floresta com 971. Em terceiro lugar ficou o Cascavel Velho, com 885, e em quarto, o Santa Cruz, com 784 casos. Dos óbitos, foram 8 homens e 6 mulheres, apenas um com 57 anos e o restante tudo acima dos 60 anos até 95 anos, a maioria apresentando alguma comorbidade (outra doença) associada.

O número de casos, segundo Ana Paula, ainda pode aumentar, já que ainda existem investigações do ano anterior, que podem atualizar os dados do ano epidemiológico para cima.

“Página em branco”

A coordenadora explicou que a partir dessa semana é um novo ano epidemiológico e começa do zero, mas com um panorama melhor já que o anterior terminou com os casos em baixa e, por isso, “é tudo novo”, extinguindo o decreto de epidemia. “Os trabalhos continuam a mesma coisa, com as visitas domiciliares e com a diminuição nos casos suspeitos, voltaram a ter mais visitas mais frequentes com os nossos agentes”, reforçou.

 

Para Ana Paula, o novo ano epidemiológico “é uma página em branco que está para ser escrita e podemos mudar o que vivemos, mas é importante a participação efetiva da população, limpando, denunciando locais com possíveis criadouros, com a eliminação é que vai conseguir não ter mais epidemia e óbitos na cidade”.

O ovo do mosquito pode permanecer aproximadamente um ano em local seco, por isso, é importante fazer a limpeza com água e de todos depósitos que acumulem água. Os principais sintomas da doença são dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, febre, manchas pelo corpo. Quem tiver este tipo de sintoma deve procurar uma unidade de saúde para atendimento médico.

Paraná fecha ano com 132,3 mil casos

A Secretaria Estadual de Saúde também fechou o ano epidemiológico e divulgou os dados. Nesta semana, foram confirmados 2.682 novos casos e 12 mortes. Com isso, o Estado soma 88 óbitos e 132.328 casos confirmados, além de 257.842 notificações.

Dos 386 municípios com notificações, 358 tiveram casos confirmados e 315 registraram autoctonia, quando a dengue é contraída no município de residência. O mosquito Aedes aegypti também é responsável, além da dengue, pelo zika e chikungunya. Durante este período não houve registro de casos de zika e foram indicados 33 casos de febre chikungunya, sendo nove autóctones e 24 importados.

Foto: Secom