Educação

Contra reforma: APP convoca greve, mas adesão é baixa

A duas semanas do fim do ano letivo, a mobilização não foi bem aceita entre os servidores

Contra reforma: APP convoca greve, mas adesão é baixa

Curitiba – A APP-Sindicato divulgou que milhares de servidores que atuam nas escolas públicas estaduais estariam cruzando os braços a partir de ontem (2) em adesão a greve por tempo indeterminado. Até semana passada, as informações eram de que a greve seria de um dia e que nesta terça-feira (3) haveria um ato em Curitiba, com uma caminhada até a frente do Palácio Iguaçu e depois acompanharão a sessão na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) à tarde e, às 16h, uma nova assembleia da categoria será realizada para avaliar o movimento.

A duas semanas do fim do ano letivo, a mobilização não foi bem aceita entre os servidores. Tanto que, balanço parcial da Secretaria de Estado da Educação, revelou que, pela manhã, apenas 1,5% dos colégios (36 dos 2.143) teve adesão total e em outros 126 houve adesão parcial (6%), mas com aula, e o restante com aula normal. À tarde, a paralisação parcial atingiu 13% das escolas e a adesão total, 2%.

A greve foi convocada em assembleia do dia 23 de novembro em protesto à proposta de reforma da previdência. A APP acredita que outras categorias também devem engrossar a mobilização, mas não houve anúncio oficial de nenhum sindicato.

O sindicato reclama ainda do possível fechamento do Ensino Médio noturno nas escolas estaduais. Contudo, o governo já desmentiu essa informação várias vezes.

Em nota, o governo disse que “a nova previdência do servidor público do Paraná segue rigorosamente a legislação aprovada no Congresso Nacional, após ampla discussão com os mais diversos setores da sociedade. Não se trata, portanto, de uma decisão casuística e sim de cumprir a obrigação de atualizar o marco legal dos regimes próprios de previdência dos estados, adotando o novo preceito constitucional brasileiro”.

Repetiu o déficit do sistema, de R$ 6,3 bilhões, e que a medida “contribui para estancar o crescimento do déficit já existente para o pagamento de aposentadorias e pensões. Neste ano, a insuficiência financeira do sistema será de R$ 6,3 bilhões. O valor é superior ao orçamento do Estado para a área de saúde”.

Argumenta que a proposta também visa capitalizar e fortalecer o Fundo de Previdência. “As projeções mostram que em cinco anos o fundo vai retomar a capacidade financeira e em até 30 anos será autossuficiente. Com isso, ficam plenamente assegurados os pagamentos dos benefícios aos servidores”.

E encerra reforçando que o espaço para a discussão está aberto: “O projeto de reforma da previdência cumprirá todo o rito legal na Assembleia Legislativa, fórum adequado para o debate a respeito da proposta, conforme já demonstrado na tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) no âmbito federal”.